Depois admiram-se
Qualquer pessoa que oiça rádio já se apercebeu disto.
De há 2 meses para cá somos completamente bombardeados com publicidade a métodos extraordinários para perder peso. Para "conseguir usar o bikini branco que comprei" porque em apenas 2 semanas perde o equivalente a um Inverno (e às vezes mais) de excessos, porque há uma substância "drenadora" (sic) e outra que equivale a comer 2 alfaces (que aparentemente é bom para a tripa, como diria a minha avó), e há outra que dissolve o equivalente a 1 pacote de manteiga.
As mensagens referem quase sempre estudos científicos americanos (ou de qualquer outro país, tem é que ser estrangeiro), e põem nutricionistas e endocrinologistas a vender a coisa.
Se são profissionais da locução ou da saúde é que eu já não sei. Pelo aspecto, não são profissionais nem de uma área nem de outra.
Por outro lado, se estas coisas apostam em campanhas publicitárias, é porque há mercado para isto. O mercado das dietas iô-iô. O mercado da magreza, que não está associada à saúde. O mercado do deixa-me lá perder uns quilinhos para o Verão, que depois disso é encher o bandulho até ao Natal.
O mercado do "tenho que aparentar uma coisa, mas não tenho que me sentir bem".
Depois admiram-se, porque as filhinhas têm distúrbios alimentares, e deixam de comer, ou vão vomitar o último excesso de bolas de berlim. Sempre achei que deve haver uma sazonalidade nesta coisa dos distúrbios alimentares. A julgar pela publicidade com que me bombardeiam, estranho se a coisa não se agudiza nestas alturas do ano.
Pela enésima vez, a receita para perder peso, é fácil, e não tem ciência nenhuma.
Comam menos e de forma mais equilibrada, e façam exercício.
Não tem nada que saber.