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Jonasnuts

Jonasnuts

Dietas e "tratamentos" estéticos, alegadamente

Jonasnuts, 03.07.16

Bodyscience.jpg

 

 

Este post não tem nada a ver com dietas, e se vieram aqui ter à espera de encontrar a dieta xpto, que em três dias vos faz perder três Kg, estão no sítio errado.

 

Estou a fazer dieta. Neste momento, não interessa qual, e devo dizer que está tudo muito bem encaminhado. O peso e os centímetros já começaram a reduzir, o estado geral de saúde melhorou, o ânimo e a disposição também. Até aqui, tudo normal (been here, more than once).

 

Nunca fui magra, mas sempre achei que era mais gorda do que o que de facto era, apercebo-me agora, pelas fotografias. 

 

Não pretendo ter um corpo de 20 anos, porque, lá está, não tenho 20 anos. Quero apenas sentir-me bem. Esteticamente sim, mas não sobretudo.

 

Por isso, achei que se calhar, para além de ter alterado os meus hábitos alimentares, devia fazer algo mais. Agora, mais o quê?

 

Toca de me pôr à procura, online, de cenas que pudessem ajudar a....vá, contrariar a gravidade e os anos que o meu corpo leva de ganha peso-perde peso.

 

Há uma coisa que me caracteriza. Não embarco em cenas. Ou eu percebo a mecânica da coisa, ou há estudos científicos (dos sérios) que comprovam os métodos e os resultados, ou não alinho. Não serve de nada, no meu caso, falar na tecnologia A, B ou C, se não explicam muito bem em que é que consiste, o que é que faz exactamente, e porquê. Jargão pseudo-científico como Bodyshape, Radiofrequência Tripolar Cronus ou Powershape, não colhem.

 

Fui então ter a um site chamado Clínicas Body Science. As palavras que transcrevi ali acima, proliferam por todo o site, mas não consegui encontrar uma explicação de como a coisa funciona. Reparem, não estou a duvidar dos resultados, afinal de contas, têm lá uma série de testemunhos de gente aparentemente muito satisfeita. Estou só a dizer que não encontrei informação que para mim é imprescindível, para tomar uma decisão.

 

E eis senão quando chego à parte do Bodyshape. Diz que é uma tecnologia inovadora, onde 30 minutos de tratamento equivalem a 730 abdominais. Sem exercício, sem dor, o corpo é induzido a "queimar" gorduras e a tonificar os músculos. Mais, trata-se de um sistema único, analisado em investigação médica (lamentavelmente, sem link para a dita cuja), e combina os Raios Infra-vermelhos filtrados do Tipo A e Micro Correntes de Kotz, técnicas amplamente verificadas durante anos (mais uma vez, sem link para estas verificações quasi centenárias).

 

Mas, e o melhor está para vir, o que eu não sabia, era que esta combinação de Raios Infra-Vermelhos filtrados do Tipo A e Micro Correntes de Kotz, eram o produto da invenção de um cientista russo, o Sr. Kotz que, cereja no topo do bolo, foi até premiado com um Nobel. 

 

Elah, isto é a sério. Fui ver, não fosse o Nobel ser da literatura e não ter nada a ver com os Raios Infra-Vermelhos e eu não sei de cor os nomes de todos os vencedores de prémios Nobel da física e da química.

 

Ainda bem que os Prémios Nobel têm um site. Mas, há claramente um erro no site dos Prémios Nobel. Os gajos esqueceram-se do Kotz, caraças. É que nem numa nota de rodapé.

 

Nesta altura, já tendo abandonado completamente a ideia de alguma vez poder vir a querer saber mais sobre estas cenas que tão bem descritas estavam (e estão) no site, começo a perguntar-me: quem é que são estes gajos? Quem é fiscaliza esta gente? Isto é, clara e alegadamente, publicidade enganadora. Não é só enganadora, é aldrabona, mente, proclama factos que não são factos. Alegadamente. E o que é que lhes acontece? Nada.

 

A ASAE anda tão preocupada e dizimar colheres de pau e merdas do género e não há nenhuma entidade que se encarregue de vigiar este tipo de coisas? 

 

Este foi o primeiro resultado da pesquisa (se não me engano, patrocinado). Estou certa de que há mais. 

 

Não digo que a coisa faça mal, ou que seja uma treta, ou que não funcione, ou que não tenha resultados, ou que as clínicas sejam horríveis porque, não só nunca fui freguesa, como também porque, ensitel. 

 

Mas acho isto ridículo, e acho ainda mais ridículo que haja quem caia nestas tretas, alegadamente.

 

A maternidade e o sono

Jonasnuts, 03.07.16

Não. Isto não se transformou de repente num baby blog e não, não venho aqui falar das noites sem pregar olho que a maioria das crianças proporciona aos pais.

 

E não falo disso por dois motivos, porque já TODA a gente sabe disso e porque, para ser honesta, salvo muito raras excepções, o meu filho nunca me presenteou com noites desse tipo. Na realidade, a partir da primeira semana de vida o puto dormia no mínimo 6 horas seguidas. Foi de tal forma pacífico que me preocupei, e pensei em acordá-lo a meio da noite, para lhe dar de mamar. Mas, consultada a melhor pediatra do mundo, a Dra. Beatriz Uva, ela disse-me, deixe-se estar sossegada, deixei a criança dormir, a não ser que, por sistema, ultrapasse as 8 horas seguidas. Um descanso, portanto.

 

Eu venho aqui falar duma alteração ao sono muito menos conhecida ou, vá-se lá saber porquê, menos divulgada.

 

Aquela fase inicial, de quando eles são recém-nascidos e bebés, é ultrapassada. Mais ano menos anos eles lá aprendem e crescem e começam a dar noites mais ou menos descansadas. Quando entram na escola é que aquilo de que venho falar hoje começa a construir-se.

 

Quando eles entram na escola, começam a ter horários. No jardim infantil e na pré, os horários são mais ou menos simpáticos, entram até às 10 da manhã. Pacífico.

 

Mas, quando começam no primeiro ano, que para mim ainda é a primeira classe, começam com horários mais agressivos. Entram a umas horas inenarráveis, tipo, 8 da manhã.

 

Portanto, do primeiro ao 12º ano, entram com as galinhas, e obrigam os pais a acordar antes das ditas. 

 

São doze anos a acordar de madrugada. Pelo menos para mim, que o puto nunca andou numa escola suficientemente perto para que o horário de entrada na escola pudesse ser autonomizado.

 

O organismo habitua-se. Cria ritmos. Cria hábitos.

 

E é por isso que eu, hoje, quando o puto já é quase maior e fica a dormir até à uma da tarde, se for preciso e se lhe apetecer, assim que chegam as 7 da manhã começo a despertar, sem despertador, sem luz, sem ruído. Pura e simplesmente acordo e não consigo voltar a pregar olho por mais que tente.

 

É por isso que são sete e meia da manhã de um domingo, o puto nem está em casa (e se estivesse estaria a partir choco), e eu estou aqui, a escrever um post sobre o impacto da maternidade nos ritmos do sono.

 

Eu, que não acordava com trovoadas nem com tremores de terra. Eu, cujo sono se tornou lendário na família por ser mais pesado que o mercúrio (para variar do chumbo, ambos são metais pesados). Eu, a quem o meu filho com três anos chamou de "predicicosa" por querer ficar a dormir mais um bocadinho quando o que ele queria era brincadeira às 9 da manhã. 

 

Eu criei um despertador interno, e o sacana não me deixa dormir, mesmo que eu queira.

 

Alguém sabe como é que se dá uma murraça neste despertador?

As minhas aventuras com o IRS - Take 3

Jonasnuts, 02.07.16

Fui atrás da cena das despesas de educação cujo IVA de 23% não permite que sejam deduzidas à colecta. É o Artº 78C do CIRS.

 

A Lei n.º 82-E/2014 foi alterada a 31 de Dezembro de 2014, portanto, legislatura anterior.

 

Aqui podemos ver que PS, BE, PCP e PEV votaram contra e os outros senhores votaram a favor. 

 

Ora..... se os senhores que estão agora no poder, por maioria parlamentar, votaram contra, e tendo entretanto sido revertida tanta imbecilidade da legislatura anterior (e muito bem), já escrevi aos grupos parlamentares que votaram contra, perguntando-lhes se, agora que estão no poder, não tentarão reverter também esta injustiça.

 

Aos outros grupos parlamentares também escrevi, claro, mas a pergunta foi diferente. Foi mais directa "Em que medida é que estas despesas não são consideradas despesas de educação e porque é que não podem ser deduzidas à colecta?".

 

Em todos os casos identifiquei a lei, a data, e o sentido de voto.

 

A quem mais posso fazer perguntas sobre isto? Onde é que há mais calos?

As minhas aventuras com o IRS - Take 2

Jonasnuts, 02.07.16

Ministros __ República Portuguesa.jpg

Depois de ter escrito o meu post de há pouco (auto-link), comecei a pensar no que deveria fazer.

 

A primeira coisa foi escrever à minha repartição de finanças, perguntando onde deveria então colocar as despesas de educação cujo IVA é de 23% e aguardarei pela resposta, que deverá chegar no início da próxima semana.

Isto servia para resolver o meu problema no imediato, do ponto de vista da burocracia e da entrega definitiva dos impostos, a ver se me devolvem o mais rapidamente possível o dinheiro que retiveram indevidamente.

 

Mas não chegava. 

 

Decidi então escrever ao Sr. Ministro das Finanças, ao Sr. Ministro da Educação e ao Sr. Ministro da Cultura, com uma mensagem adaptada a cada um dos casos. Usei o portal do Governo, que tem formulários de contacto com os Senhores Ministros, e vamos ver agora quando é que me respondem, e que resposta é que me dão.

 

Aparentemente tenho andado a dormir, porque isto já deu que falar quando foi anunciado. Só agora, que me tocou directamente, é que me apercebi da coisa. 

 

A minha irmã diz para não me esquecer destas coisas, quando eu for votar (ela detesta que eu vote sistematicamente em branco). E eu concordo, não me esquecerei. Mas penso que a participação política das pessoas não se pode resumir ao voto. 

 

Claro que outras formas de participar são amplamente desincentivadas, veja-se o que deu a petição contra a lei da cópia privada (auto-link), ou o debate promovido pelo BE sobre o memorando de entendimento (auto-link). 

 

Depois destas experiências, a minha disponibilidade para este tipo de participação reduziu muito. Estou agora adepta duma participação mais personalizada e mais directa. Ah, mas a união faz a força e sozinha não vais a lado nenhum. É verdade. Mas, neste momento, não tenho alternativa. Ou é isto, ou ficar parada que, neste momento, não é uma opção.

 

O puto vai entrar num curso superior relacionado com as artes. Serão muito poucos os livros, e a faculdade é do estado. Se vão ficar exclusivamente por minha conta todos os materiais necessários para o curso do puto, vou à falência. 

 

Alguém tem mais ideias sobre como contrariar esta imbecilidade?

As minhas aventuras com o IRS

Jonasnuts, 02.07.16

Sou trabalhadora por conta de outrém. Entreguei a minha declaração a tempo e horas. Usei a inserção manual de despesas, cujos documentos somei escrupulosamente. Não aldrabei. Faço isto todos os anos (menos a parte da entrega a tempo e horas, porque já houve anos em que me atrasei).

 

Passados uns tempos recebi a notificação de que os senhores tinham dúvidas no que diz respeito às despesas de educação do menor. Ok, bora lá esclarecer as dúvidas. Digitalizei tudo, e enviei por mail.

 

Responderam muito rapidamente (de um dia para o outro, até me assustei). Pois que teria de tirar as aulas de piano, porque não são despesas de educação. Ok. Não concordo mas admito que possa ser considerado um luxo, sobretudo nos dias que correm. No prob, tiramos as aulas de piano.

 

O problema não era apenas esse. Eu tinha declarado todas as despesas de material e os senhores disseram-me que eu apenas podia descontar as despesas com taxa reduzida de IVA. 

 

Fui ver. Pois que aparentemente, as únicas coisas que contam como despesas de educação são livros, escolas e pouco mais. Se as escolas incluírem no recibo as aulas de piano, já há aqui um double standard.

 

Ora, o meu filho escolheu Artes. Desde o 10º ano que fui apresentada à compra de material escolar em modo "espero que o senhor perceba o que é que está nesta lista, que eu não sei o que são essas coisas". Esfuminhos, sanguíneas, grafites várias, aparos, telas, blocos de papel com características esquisitas e um mundo de outras coisas que a professora foi pedindo ao longo do ano e que não sei para que servem. Na parte de 2015 em que o puto frequentou o 12º ano gastei neste tipo de materiais, cobrados com 23% de IVA, €556,55. Tenho todos os comprovativos.

 

Tudo isto era material que a professora pedia. Tudo isto era material que, se não aparecesse, levaria a uma falta de material e, pior, levaria a que o puto não pudesse executar as cenas que fazem parte do programa da disciplina à qual teria exame. 

 

Em que cabeça é que este material não é uma despesa de educação?

 

Está tudo grosso?

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