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Jonasnuts

Jonasnuts

Caro Tozé Brito

Jonasnuts, 27.03.11

Espero que este post te encontre bem de saúde, e confesso que já te deveria ter escrito há mais tempo, nomeadamente ontem, quando traduzi um post do Enrique Dans. Colmato agora a minha falha, e acrescento-te agora à lista dos destinatários.

 

Mas esta cartinha é um dois em um, depois da missiva ali de cima, chamo a tua atenção para esta notícia, da indústria que pediu 2 milhões de dólares a uma mulher por esta ter partilhado 24 músicas e que, sem se aperceber do ridículo da coisa, eleva agora a fasquia, estimando em 75 triliões de dólares o dano causado por um serviço de partilha de ficheiros.

 

Refrescante e felizmente, o juiz apelidou estas contas de "absurdas".

 

O sítio onde li isto termina o post duma forma genial, que vou, descaradamente, roubar.

 

Which record company owns the rights to “The Times They Are A Changin’”? They should give it a listen.

 

(Mas, e nisso estamos de acordo, viva o Benfica Glorioso, Clube Mai Lindo do Mundo e mais Além :)

Nova forma de caça ao voto feminino

Jonasnuts, 27.03.11

Não é em Portugal (mas seria divertido se fosse), mas na Holanda, em que um político cometeu o erro de twittar em público aquilo que deveria ter sido uma DM (mensagem que apenas é vista pelo destinatário, se a coisa correr bem, que não foi o caso).

 

 

 

Para os que, como eu, não dominam o holandês, aqui vai o mimo que o deputado enviou aos seus seguidores, embora se destinasse originalmente a uma (sortuda) destinatária.

 

“As you throbbingly climax for the first time I feel your juices in my mouthas if they were the nectar of love”

 

E para os que não dominam o inglês, aqui fica a tradução para português:

 

"Enquanto te vens, vibrantemente, pela primeira vez, sinto os teus sumos na minha boca como se estes fossem o néctar do amor".

 

Estão a ver algum político português a escrever isto? :)

 

O senhor tem sentido de humor, e, após a gafe twittou o seguinte:

 

"Well, at least I’ve gained 20 new followers.  a lot of people apparentl have needs they don’t dare to share”

 

A minha dúvida é, 20 novos followers? Só 20?

 

Daqui.

 

É tudo mentira: os downloads nunca prejudicaram a indústria dos conteúdos.

Jonasnuts, 26.03.11

O post original pertence ao excelente Enrique Dans, em castelhano, aqui.

 

 

Eu traduzi (depois de pedir autorização, evidentemente).

 

 

 

"Mentira. Tudo mentira. Os downloads não provocam menos vendas, nem perda de postos de trabalho, nem menos riqueza, nem descidas do PIB, nem nenhuma das apocalípticas mensagens que a indústria dos conteúdos tem espalhado ao longo destes últimos anos. São simplesmente mentirosos interesseiros, que procuram influenciar políticos e cidadãos para conseguir, exclusivamente, o seu próprio benefício.

 

 

Um estudo levado a cabo na London School of Economics analisa a evolução das métricas da indústria em comparação com os downloads, e demonstra que tudo o que a indústria afirmava estava errado ou era, simplesmente, mentira. Que a indústria não está assim tão mal quanto nos querem fazer crer, que os downloads não provocaram qualquer efeito significativo (e que, de facto, representam o futuro da indústria), e que as descidas na facturação da indústria se devem, simplesmente, a outros factores, como a crise económica e a queda generalizada da economia de consumo. Para uma boa análise, recomendo este artigo da Ars Technica, Did file-sharing cause recording industry collapse? Economists say no.

 

As evidências são claras: que as vendas baixaram, é óbvio, mas baixaram exactamente da mesma forma em segmentos da população que careciam de rendimentos e de acesso à Internet, e devido fundamentalmente a uma quebra no rendimento disponível para gastos em entretenimento. Os downloads, como muitos de nós temos referido frequentemente, não prejudicam as vendas, apenas aumentam a  notoriedade e multiplicam a exposição,  convertendo em mais tangível o interesse que faz com que muitas pessoas vão a um concerto, a uma sala de cinema ou consumam conteúdos através dos suportes disponibilizados pela indústria, se é que esta propõe algum que seja minimamente razoável, o grande calcanhar de Aquiles que está por trás das suas quebras de receita.

 

 

Perseguir os downloads e os que os fazem é uma estratégia errada e sem saída. Proteger modelos de negócio obsoletos pretendendo evitar os avanços da tecnologia apenas contribuem para congelar a inovação da indústria. Verdades sustentadas por dados e análises, em oposição a lucubrações interesseiras duma indústria manipuladora, de lóbis dedicados a sustentar altos lucros por pouco trabalho, e monopólios do passado. Vale a pena ler o estudo, escrito em linguagem perfeitamente acessível: é tão claro, que até um político o consegue compreender :-)"

 

Como de costume, Enrique Dans diz EXACTAMENTE aquilo que eu penso (e mais bem escrito :)