Os arraiais, os pic-nics e os casamento gay
Vejo pela blogosfera (e não só) que há muitas preocupações em relação ao folclore que rodeará os casamentos gay. Porque, como se sabe, todos os gay são, como a própria palavra indica, alegres.
As generalizações são perigosas, mas a malta não vê isso. Só vê o estereótipo e a ideia preconceituosa que tem na cabeça. E vê um casal de gays (homens, claro) a casar com muito pride, e muitas pinturas, e muita música alta, e muito frissom, e é só isso que vê e pensa. E ficam horrorizados. Que horror, o casamento, essa instituição, assim conspurcada pela mariquice do mau gosto gay.
Vá lá.
Se acham mesmo que todos os gay são folclóricos, também acham que os heterossexuais têm todos os mesmos gostos, certo? Presumo portanto que tenham estado todos no pic-nic do Parque Eduardo VII, a receber a selecção, a açambarcar as bolas brinde oferta, e a cantar ao som de Tony Carreira. Eram todos heterossexuais, certo? São todos iguais?
Deixem-se de tretas, porra. Cada um celebra o casamento como muito bem entender, uns com mais bom gosto, outros com menos bom gosto, mas isso, de acordo com a nossa bitola, e o bom gosto é subjectivo, certo?
E, tenho a certeza, já todos foram a casamentos pirosos, certo? No meio da pirosada toda, houve alguma coisa que tenha ultrapassado a alegria de quem se queria casar? Não é acerca disso, o casamento? Duas pessoas, que querem casar, e fazer aquela festa?
Cada um casa como quiser, quando quiser, com quem quiser.
Parece-me justo.
Adenda: O Vídeo certo, para ilustrar o post. Recomendação da Shyznogud :)