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Jonasnuts

Jonasnuts

Freeport. Ou és disforme, ou tens mau gosto, ou muita sorte.

Jonasnuts, 27.06.09

Este post não tem nada a ver com política, é mesmo sobre o centro comercial.

 

Pronto, os da política já bazaram, se é que alguma vez cá chegaram.

 

Alertada durante a semana, por uma colega de trabalho, que se faziam óptimos negócios no Freeport (não é desses, eu já disse que não é um post sobre política), decidi lá passar este fim-de-semana, que o puto cresceu, e agora que se acabou o uniforme da escola, convém que tenha umas roupas que lhe sirvam. Ele não é esquisito, eu também não (só sou esquisita no calçado).

 

Lá fomos. Dispensarei os leitores das vicissitudes da viagem, e do GPS, e da falta de sinalização e pronto. Foi uma epopeia, mas lá chegámos.

 

Não estou a exagerar quando digo que entrámos em tudo quanto era lojas que pudessem ter roupa para putos e não encontrámos absolutamente nada de jeito. Nem para eles nem para nós.

 

Eu explico. Se encontrávamos algo de que gostávamos, e foi raro, não havia no nosso tamanho. No nosso tamanho só havia coisas horripilantes. Daquelas que as lojas não conseguem, de todo em todo, vender, nem mesmo sob a pretensa justificação de que "está na moda".

 

Consegui comprar uma camisa de homem, para mim, na Desigual. E depois, umas coisitas na Zara, para ele. Mas já só por descargo de consciência e mesmo no final.

 

A única loja onde, para mim, vale a pena ir, é à Converse. Mas só porque calço um número invulgar, para mulher, o 41, e daí a probabilidade de haver o meu número. Porque são poucas as mulheres que calcem o 41.

 

Como não sou das que conseguem passar uma tarde a chafurdar em roupa à procura das coisas nos sítios errados, ou a procurar em pilhas desarrumadíssimas de roupa, nem experimento roupa, o Freeport não é para mim.

 

Não conto lá voltar.

Os jornais e a Internet

Jonasnuts, 27.06.09

Nos Estados Unidos os jornais em papel fecham a uma velocidade estonteante, muitos deles concentrando a sua publicação na web. Pela Europa e especialmente em Portugal (não sei se é especialmente, mas é o mercado ao qual estou mais atenta), assustam-se as hostes.

 

Os velhos do Restelo tentam encontrar nas práticas tradicionais a resposta para este "problema" que de tradicional tem muito pouco.

 

Desde perseguir os maus (o Google, os Blogs, os ISPs, o utilizador), ou sugerir taxar determinadas actividades, ou pedirem para se fechar a Internet ou, pelo menos, restringir o acesso à mesma por parte de terceiros que não os iluminados (que isto da Wikipédia dá um jeitaço quando é preciso informação), ele há para todos os gostos.

 

Levantam-se os gritos de que o média tradicionais não estão preparados para este "novo" desafio.

 

Curiosamente, discordo. Há um longo caminho pela frente, claro, mas não acho que, ao nível operacional, os média estejam mal preparados. Têm até, na generalidade, competências críveis nesta área. Os jornalistas não estão desactualizados. Bom, pelo menos a grande maioria, e como são pessoas curiosas (em princípio e se forem bons), rapidamente aprenderam a usar esta ferramenta que é a Internet.

 

O problema não são os operacionais. O problema são os senhores lá de cima. Os que mandam. Os que têm o poder para tomar as decisões, os que vendem a coisa.

 

É preciso compreender o meio para o saber vender. Achar que um comercial do papel ou do éter tem competências para saber vender o online é viajar na empadinha. Hão-de existir alguns, mas são raros os que olham para este meio e pensam a sério sobre a forma de o rentabilizar sem usar os métodos tradicionais. Por isso é que o banner continua a ser o formato mais usado. Um banner é igual a um anúncio impresso. Coitados, é o que sabem fazer. Não conseguem ir mais longe.

 

Esta crise que vivemos podia (devia) ter sido encarada como uma oportunidade, para o Online. É um meio mais barato, com capacidade de medir resultados muito acima dos outros meios (meçam lá a eficácia de um mupi, para eu me rir um bocadinho) e, apesar de ainda não estar bem segmentado, está mais bem segmentado do que todos os outros. Mesmo assim, continua em queda, a venda de publicidade online, a acompanhar as restantes quedas (salvo raras e honrosas excepções).

 

Os senhores lá de cima não percebem. Insistem em manter a informação restrita, em vez de a partilharem. Ainda não perceberam que informação restrita não interessa, não existe. Conheço uma editora que não quer partilhar a base de dados dos seus livros, porque "é conteúdo com muito valor". Não, não é. A não ser que seja partilhado. Não vos serve de nada, escondidinha e protegida na vossa gaveta. Coitadinhos, não percebem.

 

Nesta época a velocidade com que se fazem as coisas é absolutamente capital (veja-se a cena da morte do Michael Jackson), o mail, que há 2 ou 3 anos era a ferramenta de trabalho mais rápida do mundo, é hoje uma tartaruga, quase ao nível do snail mail. Há até quem proponha que os "news alerts" sejam renomeados para "news reminders", tal é a lentidão com que os média tradicionais acompanham as notícias de última hora.

 

Se persistirem neste caminho, haverá jornais a fechar. Mas não porque lhes falte a competência técnica.

 

Faltam é pernas aos senhores lá de cima.

Silly Season

Jonasnuts, 27.06.09

Aí em meados de Junho começa a silly season. Sabem? Aquela altura do ano em que notícias que noutra época seriam ignoradas ou divulgadas discretamente, nesta altura são sempre ampliadas e amplificadas.

 

Em tempos, uma silly season teve um impacto directo e enorme na minha vida.

 

Por isso, nunca pensei que ia gostar da silly season. Mas de há uns anos para cá que mudei de ideias.

 

No negócio do online, os números começam a cair no início de Junho, e vão descendo, só voltando a mostrar algum sinal de vida  em Setembro. Junho, Julho e, especialmente, Agosto, são os messes horribilis para este negócio.

 

As silly seasons ajudam a contrariar a tendência, o que, no caso dos Blogs, dá um jeitaço. Principalmente porque o Benfica Glorioso está muito activo, e por isso os acessos ao site da Bola, aumentam.

 

Por isso, eu meu nome pessoal, quero agradecer a todos os envolvidos no negócio PT/Média Capital, e a todos os envolvidos no "desnegócio", e a todos aqueles que escrevem em Blogs, acerca deste assunto.

 

É a novela dos entendidos e tem direito a cenas dos próximos capítulos, resumos condensados e finais alternativos.

 

Muito agradecida.

Os vampiros

Jonasnuts, 27.06.09

Tive o prazer de estar envolvida na organização do lançamento do novo livro de José Saramago, O Caderno. O SAPO Vídeos transmitiu em directo toda a sessão, houve um passatempo com perguntas dos utilizadores, algumas das quais respondidas pelo autor, durante a sessão.

 

Era suposto ser um evento relativamente breve, 1 hora. Disse-me quem o conhece mais de perto que nenhum evento com José Saramago é breve, e que se iria prolongar. Óptimo, pensei.

 

E a verdade é que se prolongou. Começou às 18h30, e às 21h30 ainda lá estava tudo. No final, as despedidas e o encerramento da coisa. Juntam-se pessoas, numa bicha (desculpem lá, mas para mim continuam a ser bichas), ordeiramente alinhada à frente do autor, a costumeira sessão de autógrafos.

 

Eu percebo a coisa dos autógrafos. Ou melhor, percebia, quando tinha 10 anos, até o Alexandre O'Neill me ter abruptamente retirado o gosto. Mas hoje, não percebo, confesso.

 

Uma coisa é conhecermos os autores, e, porque somos amigos, queremos uma dedicatória, ou querem eles oferecer-nos um livro com dedicatória. É diferente. Existe uma relação. Aquela dedicatória é para mim, pessoa que o autor conhece. Tenho vários livros com dedicatórias. Consigo perceber até o autógrafo por intermédia pessoa. Alguém que pede uma dedicatória para dar um livro a um amigo.....pronto.

 

Agora, o que eu não percebo, é que as pessoas se ponham em bicha atrás de um autor que esteve ali à conversa durante um bom par de horas e que, portanto, deve estar cansado, e comecem a sacar dos saquinhos de plástico onde trazem uma catrefada de livros.

 

Não julguem que estou a exagerar. Vi muita gente com mais de meia dúzia de livros na mão. Do autor, nem um ai, assinou diligentemente todos os livros que lhe deram para assinar. Brincou até com um destes abutres, "Oh homem, isso é a biblioteca inteira", mas sorriu, e assinou.

 

E eu não percebo como é que alguém  que diz gostar de um autor o obriga a estar ali a assinar livro atrás de livro atrás de livro quando, presumo, preferiria estar a fazer outra coisa. Acredito quando me dizem que os autores gostam de se relacionar com os seus leitores, mas uma coisa é relacionarem-se, outra coisa é serem sugados até ao tutano por pessoas que se importam pouco com a pessoa, e que querem é dizer aos amigos "eu já estive com o Saramago", e precisam duma prova, não vão os amigos julgar que estavam a mentir.

 

A sério......salvo raras excepções, e por uns momentos, quando olhei para aquela bicha de pessoas, vi um grupo de vampiros. Eles comem tudo...

Alguém me explica...

Jonasnuts, 27.06.09

Não é de agora, é de sempre que me assalta esta dúvida.

 

Porque é que nos bares, onde é suposto as pessoas irem para conversar, há sempre música de dança, aos berros, obrigando as pessoas a gritar em plenos pulmões para se fazerem ouvir?

 

A sério. Não percebo mesmo. E uma vez que há pelo menos 25 anos que me lembro de fazer esta pergunta a mim própria, e o hábito persiste, deve haver qualquer coisa que me está a escapar.

 

Não?