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Jonasnuts

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Seudona

Jonasnuts, 23.04.09

O meu nome e difícil. Seudona Maria Nogueira é estranho, porque eu não sou só Maria. Como não é só Maria a grande maioria das Marias que eu conheço. Aliás, a bem dizer, eu só conheço uma Maria.

 

Mas reconheço que o meu nome e difícil. Seudona João também não soa bem.

 

E não deve ser só a mim que soa mal. Digam lá em voz alta "Seudona João". Isto soa mal, não soa? Então porque é que insistem? Muita gente me trata assim, principalmente se for pessoal que trabalha em centros de atendimento. É pior a emenda que o soneto.

 

Pretendo criar um movimento abolicionista dos seudonas, especialmente se depois do seudona estiver um João.

Do design

Jonasnuts, 22.04.09

Recentemente, numa reunião de trabalho, entre técnicos e "produto", discutia-se a homepage de um determinado serviço. Identificámos os problemas que queremos resolver, as áreas que queremos ter, quais os conteúdos a que queremos dar mais destaque.....enfim, o típico.

 

No final, um dos presentes diz: então agora vamos fazer o desenho?

O desenho? Mas não está aqui nenhum designer, digo eu. Sim, eu sei - respondem-me -  mas vamos dizer onde é que queremos as coisas. Não, replico, isso é da competência e responsabilidade do designer, ele é que tem as competências para dizer onde é que entra o quê, e explicar porque é que essas escolhas resolvem os problemas que temos para resolver.

 

Não é a primeira vez que encontro esta ideia, que parece ser generalizada, que os designers são os gajos que fazem os bonecos.

 

Um designer não precisa de ter jeito para desenho, sequer. Um designer tem de saber onde arrumar as coisas. E há vários tipos de designer. Um designer de interiores não sabe desenhar um site, e o designer de um site não sabe necessariamente desenhar uma aplicação, e este último se calhar não sabe fazer um logo.

 

Mas todos eles têm de saber arrumar as coisas certas, nos sítios certos, de forma a que as coisas funcionem como queremos, mas em bonito. Forma E função.

 

Adoro o pessoal que vai passar o briefing do design com papel e lápis na mão, e explica aos designers que têm de arrumar as coisas desta maneira, e pôr uns bonecos. Vejo logo se o designer é bom ou é mau. Se fica com um ar atarantado e surpreendido (ou zangado), é bom, se fica com ar de quem fará exactamente o que se lhe pede, ou é mau ou já desistiu, o que faz dele mau.

 

Gosto de designers refilões.

Os egos das estrelas

Jonasnuts, 22.04.09

No âmbito da minha profissão, contacto muitas vezes com pessoas conhecidas, figuras públicas. Sejam conhecidas por terem talentos especiais sejam conhecidas por serem muito fotografadas, toca-me de tudo.

 

Este contacto tem vindo a confirmar uma ideia antiga; quanto maior é o talento, menor é a arrogância e a prepotência. Mas não cessam de me espantar os exemplos que recebo, quer de pessoas mais talentosas quer de pessoas menos talentosas (e há obviamente excepções dos dois lados).

 

Julgar-se-ia que pessoas com mais reconhecimento seriam mais exigentes ou menos bem educadas. Mas é precisamente o contrário. Quanto mais conhecidas e talentosas, mais resistem a solicitar favores que outros assumem como um direito.

 

Isto tudo porque recebi um mail encaminhado pelo suporte geral. Um cliente que perguntava se podíamos dar alguma assistência na personalização do Blog. Olho para o remetente original e vejo um nome sonante, daqueles com talento reconhecido e, mais, com o qual já há contactos estabelecidos. Esta pessoa já tinha trocado mails comigo, e sabe quais são as minhas funções nos Blogs do SAPO.

 

Respondo ao mail, e digo, então não podias ter-me contactado directamente?

Resposta?

Obrigado pela simpatia, mas não queria incomodar.

 

É uma diferença brutal, em relação às exigências que por vezes nos chegam, de estrelinhas de luz mais fosca.

Apelo à Geekosfera

Jonasnuts, 21.04.09

Caros Geeks,

 

Sei que gostam de zeros e uns (embora ainda não tenham decido bem se o 0 é par ou não), e sei que se sentem mais à vontade no meio de teclados, máquinas, servidores, routers e mais coisas assim esquisitas para o comum dos mortais. Mas também sei que são sensíveis a pedidos de ajuda.

 

Assim sendo, chamo a vossa atenção para isto. Se repararem, há ali dois posts com as várias localizações dos centro de recolha, espalhadinhos pelo país.

 

Não quererão soltar o empreendedor que há em vós e pegar numa api ou num webservice ou em qualquer coisa desse género, seja o SAPO Mapas seja do Google Maps, não me interessa, e fazer uma coisita que facilite a pesquisa do centro mais próximo a um potencial dador?

 

Qualquer coisa do género "insira aqui a sua localização", e nos resultados os 3 centros mais próximos, com indicação da distância?

 

Isso é que era.

 

To pull a McGyver

Jonasnuts, 20.04.09

Parece que os falantes da língua inglesa, alguns deles pelo menos, descobriram Portugal, e não me refiro às terras algarvias.

 

O título do artigo é: The 10 coolest foreing words the English language needs.

Confesso que quando vi, pensei que me fossem dar com a charopada da saudade. Sabem? Aquela coisa de saudade ser uma palavra exclusivamente portuguesa, porque em mais nenhuma língua há uma palavra semelhante para expressar o mesmo tipo de sentimento. Foi giro este conceito, em tempos, hoje já se tornou cansativo.

 

Mas não. A palavra portuguesa que os senhores acham que faz falta no inglês é o desenrascanço.

E traduzem o conceito desta forma "to pull a McGyver".

E consideram esta palavra tão, mas tão importante, que até a colocam em primeiro lugar.

E eu sou contra.

 

Não acho que faça falta a ninguém o desenrascanço. É um conceito português, uma característica lusa, apurada ao longo de séculos, quiçá milénios, e que deveria ser marca registada, e fazerem como aquela coisa dos vinhos e dos queijos, e de ser de região demarcada, e com controlo de qualidade, e registar a coisa nas entidades internacionais competentes.

 

Já com o McGyver houve uma clara usurpação do conceito, o gajo que teve a ideia daquilo ou tinha ascendência portuguesa, ou passou cá umas valentes temporadas.

 

Podemos organizar visitas guiadas a exemplos da nossa capacidade de pull a McGyver, as reacções são sempre divertidas (ainda me lembro da cara dos senhores da SixApart quando viram o que tínhamos feito com uma instalação de MovableType), mas não partilharemos os truques e as idiossincrasias do desenrascanço. Isso é nosso, e só nosso.

 

Via 31 da Armada.