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Jonasnuts

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É melhor que nada

Jonasnuts, 27.09.07
O título deste post é uma frase em que tenho tropeçado com mais frequência do que a desejável, desde que entrei no mercado de trabalho, há quase 20 anos.

Nas várias áreas em que tenho trabalhado (produção de eventos, publicidade, internet), é invariável o argumento "é melhor isso do que nada", quando surge uma dificuldade, ou quando aparece um obstáculo aparentemente intransponível.

Foi, desde sempre, uma frase que me fez confusão. Pode, em casos pontuais, fazer algum sentido, mas é na excepção, e não na regra. Contentamo-nos demasiadas vezes com o "é melhor que nada" e de tão habituados, já nem questionamos.

Mas, na realidade, muitas vezes é melhor não termos nada do que disponibilizarmos um produto/serviço pobre, que não acrescenta absolutamente nada ao que a concorrência já faz há anos, que não inova e que é "pobrezinho mora longe".

Uma coisa é lançar um serviço em Beta, para potenciar feedback dos utilizadores, ou organizar um focus group à volta de um novo produto que ainda precisa de ser limado.

Mas quando lançamos, é bom que faça, pelo menos, o que a concorrência já faz, de preferência melhor ou mais rapidamente. É bom que vá de encontro às necessidades e às expectativas do target a que se dirige, é bom que sirva para mais do que encher chouriços e acrescentar ao portfollio de produtos/serviços.

Às vezes, não ter nada é substancialmente melhor do que ter um produto de merda.

E um destes dias vou debruçar-me sobre o "é o que há".

The Police - O Rescaldo

Jonasnuts, 27.09.07
Deixei passar um tempinho, de propósito. Para ver o feeling com que saí do concerto se mantinha, ou se mudava alguma coisa. Manteve-se.

Contextualização.
Gosto muito de The Police.
Foi, provavelmente, a banda da minha adolescência. Foi a primeira banda minha por direito próprio. Não foi uma banda que tenha herdado dos meus pais.  Lá em casa ouvia-se muita música. Os meus pais eram uns modernaços, e as bandas de que os meus colegas ouviam falar na rádio, eu já conhecia, de casa. Os incontornáveis Beatles, obviamente, mas também Doors, Pink Floyd, Camel, Kate Bush, Cat Stevens, Deep Purple e muitos, muitos mais (incluindo os francófonos de que a minha mãe tanto gostava).

Os The Police entraram lá em casa pela minha mão (e por lá ficaram, que os meus ricos LPs não conseguiram sair de lá).

Se os pudesse ter visto quando vieram cá nos anos 80, teria sido o delírio. Mas não foi, que nessa idade eu não tinha autorização para ir a concertos.

Fui agora. Sabia que não ia ser a mesma coisa. Eu estou diferente, e eles também.

Na verdade acho que eles se juntaram por motivos muito mais capitalistas do que artísticos. Estavam a precisar de dinheiro, e aproveitavam o esquema para ver se conseguiam fazer ressurgir a bolha criativa que viveram na altura, e que já rebentou há muito, muito tempo (era eu uma criança?).

Cumpriram q.b.
A verdade é que foram competentes. Mas faltou-lhes gás. Não têm a mística de outros tempos. Um teledisco (desculpem lá mas é assim que eu lhes chamo) dos The Police, transmitia mais emoção do que a que senti no concerto. Sim, bem sei, eu estava na bancada Vip que é sempre um tur-off nestas coisas, mas não senti nenhuma vibração. Meteram a chave na ignição, arrancaram e lá foram, seguindo o percurso previsto até ao final. Nunca excederam os limites da velocidade, não transgrediram, não aceleraram e, é verdade, também não reduziram. Foram assim, em jeito de "deixa lá despachar mais um", até ao fim. O facto do Sting ter dito umas palavras num português ranhoso não fizeram a diferença. Já lá vai o tempo em que isso não era moda.

A voz do Sting já não vai onde ia dantes e o único que me pareceu mais vagamente parecido com o antigamente foi o Copeland.

Voltava a ir? Sim, mas apenas porque foi a última oportunidade de ver ao vivo uma banda que fez (e faz) parte da minha vida. A não ser que eles aprendam a lição dos Rolling Stones, e façam outra última tournée, para o ano.

Não aqueceu, nem arrefeceu, e até cheirou um bocadinho a mofo.

Assim é que devia ter sido:


Link do vídeo, para quem vê isto via leitor de feeds.

Como escrever um Blog

Jonasnuts, 27.09.07
Já disse isto uma série de vezes, mas nunca é demais repetir. Este é um Blog de testes. Inicialmente foi criado e mantido porque me queria "obrigar" a ter a mesma experiência de utilização que a comunidade de utilizadores da plataforma. Seria palerma gerir uma plataforma que não usasse. Facilita-me a vida na percepção de coisas que podem ser corrigidas, melhoradas e implementadas. Permite-me também perceber melhor  as dúvidas colocadas pelos utilizadores, e responder-lhes mais depressa. Portanto, tendo em conta aquilo que faço na vida, era imprescindível ter um Blog.
Mas, se eu fizesse outra coisa qualquer na vida, eu não teria iniciado este Blog.

E porquê?

Porque detesto redundâncias. Principalmente porque detesto redundâncias pobres.

Eu tenho opiniões, aliás, quem me conhece, acha que eu tenho opiniões a mais, e não sou comedida na partilha dessas opiniões. Numa reunião/debate/discussão nunca perco a oportunidade de intervir, de falar, de expor os meus pontos de vista (mesmo que não tenha nada a ver com o assunto). Mas, lá está, reparem que tudo se baseava na oralidade da coisa. Falo com facilidade. E falo para 2 pessoas da mesma forma que falo para 20, ou para 200 ou para 20.000 ou para 2.000.000 (e sim, já falei para mais de 2.000.000 de pessoas). Não hesito, não fraquejo e não titubeio.

Sou portanto uma boa comunicadora, quando essa comunicação se baseia na oralidade.

Já na escrita, é diferente.
Sei reconhecer qualidade num texto. Sei quando as coisas são bem escritas. Mas não consigo fazer com que a coisa resulte naquilo que escrevo. Já disse isso antes, logo quando comecei este Blog. Escrevo limpinho, mas não escrevo bem. Se eu lesse o meu Blog, mas escrito por outra pessoa, acharia eventualmente engraçado, mas pouco mais. Não sei se voltaria com frequência.

Eu conheço provavelmente todas as palavras que o Sérgio Godinho conhece. Mas é-me impossível escrever como ele escreve. E quando oiço uma música dele penso amiúde "porra, isto é tão simples e tão óbvio, como é que eu não me lembrei disto antes?".


Por isso é que hoje em dia, embora seja ligeiramente diferente, continuo a obrigar-me a escrever este Blog. Talvez seja um exercício da humildade (palavra que detesto) - "não sou boa a fazer, mas que se lixe, é o que se arranja".

E tudo isto para dizer o quê?

Para dizer que se quiserem saber qual é a minha opinião sobre o Second Life, terão de ficar às escuras porque eu andei a remover links para sítios que não interessam nem ao menino Jesus :)