Quando eu for grande, quero ser tubarão.
Jonasnuts, 24.01.08
Isto não tem nada a ver com o meu filho, que quando for grande quer ser cozinheiro, guitarrista de rock, mecânico e pai (sim, em simultâneo).
Isto foi algo que me ocorreu hoje a ler um post de um Blog que não quero referir :)
Quais são as características que identificam (pelo menos no nosso imaginário) o tubarão?
Predadores topo de gama, instinto assassino, força bruta, implacáveis, inteligentes, e raramente deixam escapar uma vítima, para além de serem, esteticamente quase perfeitos. Uma vez identificada a vítima, nadam à volta dela em círculos cada vez mais pequenos, encurtam o cerco, investem a matar com um sucesso quase sempre total.
Apesar de ser aparentemente uma contradição, muitas vezes elogiam-se os dotes profissionais de alguém com uma postura mais agressiva, e com um cargo upa upa na estrutura hierárquica de uma empresa, comparando essa pessoa a um tubarão. Ok, compreende-se.
Mas, pensemos em conjunto, exorto-vos (andava para usar esta palavra há muito tempo). Um tubarão com estas características todas, mas depois com uma pobre dentadura, perdia a eficácia, não era? O que perdia em eficácia ganhava em ridículo. Ora, como se sabe, o ridículo faz rir.
E eu tenho-me rido muito ultimamente. É vê-los, aos tubarões wannabe, a identificarem as suas presas, rodeá-las, sondá-las (às vezes namorá-las), fechando o cada vez mais o círculo.
E depois arremetem, numa investida solavancosa, abrem a boca e os dentes são de leite. Não fazem mossa, fazem cócegas, divertem. O ridículo diverte. Afastam-se estes tubarões com um gesto de mão, às vezes ligeiramente enfadado, e continuamos em frente, na direcção certa.
Deve haver poucas coisas que me divirtam mais, do que tubarões wannabes a identificar presas que não são para o seu bico, e não verem isso mesmo, e a fechar a boca no vazio.