A crise
Jonasnuts, 24.12.07
A crise foi de férias, durante o Natal.
Moro ao lado de um centro comercial, o que durante quase todo o ano, é uma vantagem. Ter as coisas perto, e uma disponibilidade de horários grande.
Mas em finais de Novembro, até ao dia 24 de Dezembro, essa vantagem torna-se numa enorme desvantagem. O Oeiras Parque fica completamente atulhado. E quando eu digo atulhado, refiro-me a que anda-se de t-shirt lá dentro, tal é o calor humano que tanta gente junta emite. Dizia-me noutro dia um membro da equipa do centro comercial que no Natal o ar condicionado refresca, como no Verão, em vez de aquecer.
As filas são mais que muitas, e apesar de haver uma catrefada de lugares de estacionamento, vêem-se carros até à entrada da auto-estrada.
Este ano foi o pior de todos, até agora. Hoje às 10 da manhã já havia bicha (eu cá não sou de eufemismos e para quem me lê do Brasil, bicha é como nós por cá chamamos às bichas e às filas), havia bicha, dizia eu, em TODAS as caixas para pagar. E não se julgue que eram comprinhas de última hora. Carros atafulhados, cheios. Vídeos, consolas, televisões, grandes volumes.
Pessoas stressadíssimas, cheias de pressa, a tentar passar as outras, a empurrarem-se. Eu própria, que estava tão quietinha no meu canto, quase me vi envolvida numa cena de pancadaria por causa duma palerma que insistia em pôr as coisas dela em cima da minha alface. Quer ver quem é que empurra mais? Perguntei do alto do meu metro e setenta e um, para baixo, para pouco mais de metro e meio, depois da senhora me ter empurrado pela terceira vez a alface. Mediu-me, olhou para a minha cara, e ajuizadamente decidiu que era melhor não experimentar.
No meu quarto já estão os sacos que o Pai Natal vai trazer para os meus sobrinhos. 2 sacos, grandes. Quase cheios, e ainda não está tudo.
À volta da árvore acumulam-se os volumes. Faltam as minhas, as da minha mãe, as do resto das pessoas que cá vêm. Já não há espaço.
E isto numa casa de tesos, pronto, desenrascados, vá, que há quem nem para estas coisitas tenha trocado.
Portanto, devia ser sempre Natal, porque no Natal não há crise.
Acordo para realidade com um post do Corta-Fitas.
Parece que sim, que há crise. Anda é mais escondida. Ou se calhar, somos nós que não a queremos ver, e fechamos os olhos, e deixamos a crise dos outros passar, para os voltarmos a abrir.
Eu não vou fechar os olhos.
E sim, o Corta-Fitas está alojado na concorrência, mas que se lixe, é um Blog de que eu gosto muito, e é por uma belíssima causa.
Moro ao lado de um centro comercial, o que durante quase todo o ano, é uma vantagem. Ter as coisas perto, e uma disponibilidade de horários grande.
Mas em finais de Novembro, até ao dia 24 de Dezembro, essa vantagem torna-se numa enorme desvantagem. O Oeiras Parque fica completamente atulhado. E quando eu digo atulhado, refiro-me a que anda-se de t-shirt lá dentro, tal é o calor humano que tanta gente junta emite. Dizia-me noutro dia um membro da equipa do centro comercial que no Natal o ar condicionado refresca, como no Verão, em vez de aquecer.
As filas são mais que muitas, e apesar de haver uma catrefada de lugares de estacionamento, vêem-se carros até à entrada da auto-estrada.
Este ano foi o pior de todos, até agora. Hoje às 10 da manhã já havia bicha (eu cá não sou de eufemismos e para quem me lê do Brasil, bicha é como nós por cá chamamos às bichas e às filas), havia bicha, dizia eu, em TODAS as caixas para pagar. E não se julgue que eram comprinhas de última hora. Carros atafulhados, cheios. Vídeos, consolas, televisões, grandes volumes.
Pessoas stressadíssimas, cheias de pressa, a tentar passar as outras, a empurrarem-se. Eu própria, que estava tão quietinha no meu canto, quase me vi envolvida numa cena de pancadaria por causa duma palerma que insistia em pôr as coisas dela em cima da minha alface. Quer ver quem é que empurra mais? Perguntei do alto do meu metro e setenta e um, para baixo, para pouco mais de metro e meio, depois da senhora me ter empurrado pela terceira vez a alface. Mediu-me, olhou para a minha cara, e ajuizadamente decidiu que era melhor não experimentar.
No meu quarto já estão os sacos que o Pai Natal vai trazer para os meus sobrinhos. 2 sacos, grandes. Quase cheios, e ainda não está tudo.
À volta da árvore acumulam-se os volumes. Faltam as minhas, as da minha mãe, as do resto das pessoas que cá vêm. Já não há espaço.
E isto numa casa de tesos, pronto, desenrascados, vá, que há quem nem para estas coisitas tenha trocado.
Portanto, devia ser sempre Natal, porque no Natal não há crise.
Acordo para realidade com um post do Corta-Fitas.
Parece que sim, que há crise. Anda é mais escondida. Ou se calhar, somos nós que não a queremos ver, e fechamos os olhos, e deixamos a crise dos outros passar, para os voltarmos a abrir.
Eu não vou fechar os olhos.
E sim, o Corta-Fitas está alojado na concorrência, mas que se lixe, é um Blog de que eu gosto muito, e é por uma belíssima causa.