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Jonasnuts

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Graus de exigência

Jonasnuts, 17.09.07
Sou uma pessoa exigente. E picuinhas. Nas coisas que realmente me interessam gosto de dar o meu melhor.

Isto significa que se acho que faço uma coisa mais ou menos bem, mas que não tenho pedal (competência, jeito, seja o que for) para estar entre os melhores, não me chego à frente.

Cantar, por exemplo. Adoro cantar, é uma das coisas que mais gosto de fazer. Nem sequer desafino muito, mas há carradas de gente a cantar muito, muito melhor que eu, por isso, canto na casa-de-banho. Só, e mesmo assim é pouco. Acho que já disse algures neste Blog que não gosto de competir em áreas onde sei à partida que não posso ser pelo menos, uma das melhores. Manias.

Vem isto a propósito do Casting da Rádio Comercial. A Rádio Comercial está à procura de uma nova voz, para integrar a equipa. Assim , fizeram uma proposta em antena (e não só), mandem as vossas gravações, e nós pomos no ar, e depois vamos apurar a melhor voz, a naturalidade, capacidade de comunicação e improviso, enfim, tudo o que se quer de um bom animador de antena. A ideia é porreira e parece-me óbvio que é a forma certa de encontrar uma voz, se se quiser descobrir alguém novo, de fora do mercado.

Hoje era o dia D, em que iam para o ar as gravações dos candidatos. Não ouvi muitas (parece que eram mais que as mães), mas ouvi mesmo assim 6 ou 7.

Das que ouvi, apenas 1 me pareceu razoável, com potencial para ir mais além, uma voz feminina (qualquer coisa Pimenta qualquer coisa, acho). O resto era, como é que se há-de dizer isto de forma simpática...... sofrível. Vozes horríveis, dicções paupérrimas, inglês péssimo, falta de ritmo, emoção zero. Eu percebo que se queira fazer rádio, eu já fiz rádio, durante quase 2 anos, uma programa semanal, só meu (rádio regional, não se entusiasmem). O programa era bonzinho, mas nada de especial. Cumpria os objectivos quer da rádio quer os meus. Eu tinha 2 horas por semana para pintar a manta e fazer o que me dava na real gana, e a rádio em causa tinha a minha colecção de CDs a enriquecer-lhes a programação.

Mas daí a achar que seria uma profissional de rádio, vai um enorme passo. Não quero dizer que quando se está no início se tenha logo o pedal todo, a experiência conta muito, mas caramba, eu sabia que gostava muito de fazer aquilo, mas que por mais que trabalhasse e investisse nunca iria ser uma excelente, seria apenas uma pessoa que encheria com facilidade um buraco na programação (independentemente da hora).

Será que sou exigente demais, ou a maioria das pessoas, quando se trata de si próprias não conseguem ter a objectividade de dizer "eu gosto muito disto, mas sucko bué", vou-me dedicar à pesca das enguias?

Acho que sou eu que sou demasiado exigente, comigo e com os outros.

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