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Jonasnuts

Jonasnuts

Caros senhores da Indústria Televisiva e Cinematográfica

Jonasnuts, 12.10.11

Bom dia,

 

Uma vez que acompanho a actualidade noticiosa (e não só) através de meios alternativos, vocês produzem os únicos conteúdos que consumo em televisão. Sou, portanto, uma consumidora ávida e atenta, tecnologicamente instruída (por afinidade) e com acesso a fontes, vá, alternativas, aos vossos conteúdos.

 

Prefiro, vá-se lá saber porquê, manias, consumir os vossos conteúdos de forma legal. Ouviram? A sério. Eu não me importo de pagar. Eu sou daquelas que prefere pagar (um preço justo, evidentemente) pela possibilidade de consumir os conteúdos que vocês produzem.

 

Mas têm de arranjar outro parceiros, ao nível do broadcasting. Mesmo.

 

Eu explico.... estão neste momento a estrear em Portugal duas séries (hão-de estar a estrear mais, mas estas são as que me interessam), a saber, Mildred Pierce e Downton Abbey. Ora, nos spots de promoção a estas duas estreias, é amplamente referido, que foram séries premiadas nos Emmys. A saber, a Kate Winslet ganhou o Emmy como melhor actriz, o Guy Pearce ganhou o prémio de melhor actor secundário por Mildred Pierce (e havia mais meio mundo da mesma série nomeado noutras categorias), e a Downton Abey ganhou o Emmy de melhor série, com a Maggie Smith a ganhar o Emmy de melhor actriz secundária, mais a melhor realização para o Brian Percival, e o Julian Fellowes a ganhar o Emmy para melhor argumento e vamos ficar por aqui, que temos mais que fazer, para a lista completa, consultem este link.

 

Ora... a cerimónia dos Emmys foi transmitida a 18 de Setembro. E se estas séries ganharam Emmys, é sinal de que estrearam, lá por fora, há imenso tempo. Eu poupo-vos o trabalho. Downton Abbey estreou a 26 de Setembro de 2010, e Mldred Pierce estreou em Março de 2011.

 

Uma há mais de um ano, outra há mais de 6 meses. Isto, em tempos modernos de internetes e afins, é, digamos, uma eternidade.

 

Mas os senhores que transmitem as vossas séries até acham inteligente chamar a atenção para o facto de transmitirem as séries tarde e a más horas..... são tão burrinhos que nem sequer se apercebem da cagada que andam a fazer.

 

Expliquem-me lá, se isto não é andarem a gozar com o ceguinho?

 

O conceito de "lá por fora", já deixou de existir há uns anos. Vocês ainda não perceberam, bem sei, mas a verdade é essa.

 

E eu sou teimosa, mas expliquem-se como se eu fosse muito burra, porque é que eu hei-de esperar 1 ano, vá, 6 meses que sejam, para comprar os conteúdos que vocês vendem, se a alternativa é vê-lo mais cedo, e de borla.

 

Façam um esforço, porque quando eu ponho no prato da balança, 1 ano depois a pagar e, na hora à borla, a minha balança pende dramaticamente para a última opção.

 

Respondam à minha pergunta: porque é que eu hei-de vos dar lucro, se vocês são atrasados e, ainda por cima, caros?

 

Ah, e não vale a pena responderem com aqueles anúncios idiotas e obrigatórios que colocam no início dos DVDs que eu COMPRO, porque isso é só um incentivo extra para que eu deixe de comprar.

 

deixei de comprar CDs há uns anos valentes, e caminho rapidamente para deixar deixar de ver televisão e deixar de comprar DVDs. A vossa incompetência está a alienar-me enquanto vossa cliente.

 

De que mais é que precisam para acordar para a vida?

 

P.S.: Se quiserem uma listinha de séries de jeito, que vos facilite o trabalho, é só dizerem, mas além destas duas séries acima referidas, podem incluir o Real Time with Bill Maher, o Top Gear (versão original, nada de cópias merdosas, por favor), o Big Bang Theory, o Daily Show With Jon Stewart, o Colbert Report, e estas são as que me saem de rajada, se quiserem posso pensar um bocadinho mais e fazer uma longa lista. Ou, se me quiserem poupar o trabalho, é consultarem os sites de downloads e pirataria, e verem quais são os mais apetecíveis.

Noutra perspectiva

Jonasnuts, 05.11.08

Acompanho na CNN a noite eleitoral americana.

 

Há o folclore, e os écrans digitais, e os hologramas, e a tecnologia, e um painel de comentadores (alguns nasceram ou cresceram nos Blogs), e oiço frequentemente o Wolf Blitzer referir o site da CNN como uma óptima fonte para MAIS informação. Quando eu digo "com frequência", é mesmo com frequência, pelo menos três vezes, em cada bloco. Encaminha as pessoas para o site.

 

Claro que o site tem, de facto, mais informação, aquela minúcia que não cabe na rua da betesga que é a televisão. O site complementa a emissão (e fideliza os espectadores/visitantes).

 

Posso estar enganada, aliás, espero estar enganada, mas numa qualquer noite eleitoral portuguesa, uma daquelas que está agendada para estes tempos mais próximos, vejo as nossas televisões a passarem o endereço do site, em rodapé (chega e sobra, não é?), e a terem uma página pindérica, sem qualquer informação útil, adicional.

 

Os meios de comunicação social tradicionais não sabem usar a internet como uma ferramenta potenciadora de audiência, ainda consideram a internet como uma ameaça. E enquanto não abrirem os olhos, e enquanto não contratarem pessoas competentes (não precisam de perceber de televisão, mas é imprescindível que percebam de internet em larga escala, e o filho recém-licenciado do administrador do momento, que até percebe umas coisas de informática,  não serve), dizia eu que, enquanto não levarem a Internet a sério, esta, em vez de se tornar uma ferramenta complementar, tornar-se-á, de facto, numa ameaça.

 

Opá, ao menos olhem para a televisões a sério, e vejam como é que se faz. Não é para copiarem, é para apreenderem o conceito, adaptá-lo à realidade portuguesa, e então sim, usá-lo.

 

Temo que nos mantenhamos no marasmo do costume, com uma das privadas a escolher pagar a multa para anunciar as projecções 30 segundos mais cedo do que a lei permite, e no dia seguinte trocam-se galhardetes sobre quem é que tinha o maior écran e os gráficos mais giros.

Ver ou não ver, eis a questão

Jonasnuts, 23.09.08

Este post resulta do Naruto e dos Sigur Rós, e do debate que se gerou nos comentários.

 

O que é que se deixa os putos verem na televisão? Confesso que sou conservadora neste tema. Não gosto de jantar com a banda sonora dos assaltos, e das misérias, e das guerras e das fomes e da pedofilia. Sobretudo não quero que essa seja a banda sonora do jantar do meu filho.

 

Consigo evitar que ele, mais tarde ou mais cedo, saiba das coisas? Não. Mais tarde ou mais cedo ele vai saber. Mas porque é que tem de ser mais cedo? Não estou a tentar tapar o sol com a peneira, acho é que, para alguns temas (principalmente da forma como nos são mostrados pelas nossas televisões), mais tarde é melhor.

 

 

Sei que nem toda a gente pensa assim, mas quando há uns meses, no auge do caso da Maddie, escuto na escola do meu filho uma conversa (que não era para os meus ouvidos), entre duas coleguinhas de sala do meu filho, e dizia uma delas para a outra "ah, esta noite tive um pesadelo terrível que depois até acabou bem. Sonhei com esta história horrível da Maddie, mas depois eu abria a porta de minha casa e encontrava-a".

 

Que raio (pensei eu, mas por outras palavras). O que é tu sabes da Maddie? pergunto-lhe. Sei o que vejo nos telejornais à hora de jantar. Quais telejornais? Os da TVI. Pronto, está explicado (embora no caso da Maddie todas se tenham portado pessimamente).

 

Acho que o meu filho não sabe quem é a Maddie. Espero que não saiba. Pelo menos para já.