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Jonasnuts

Jonasnuts

Antologia VI de VI

Jonasnuts, 22.11.22

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Desde o meu último post (auto-link) até agora, passaram quase dois meses. Passaram também por estes olhinhos que a terra há-de comer (não, que eu quero ser cremada), seis espetáculos de Jorge Palma.

Não há fome que não dê em fartura :-)

Ai, que foram concertos a mais. Não, não foram, pelo contrário. Eu cá por mim, ficava muito satisfeitinha da vida se pudesse repetir a dose com regularidade e frequência. Pronto, uma vez por mês, para o senhor não se cansar. Uma vez por mês e reuníamos todos, algures, para ouvir músicas. A descendência podia aparecer de vez em quando. O gang também podia fazer uma perninha aqui e acolá. E o senhor do acordeão também.

Os concertos não foram todos iguais. Não em termos de repertório, claro, isso já se sabia. Mas em termos de energia.

Tiveram mais ou menos todos a mesma duração (duas horas, mais coisa, menos coisa), excepto o segundo (primeiro do Tivoli), em que o rapaz (já não é rapaz, mas senhor, que usei ali em cima, não me soa bem, e homem não é simpático), em que o rapaz, dizia eu, estava aflito da voz, meio engripado, e deu por encerradas as hostilidades um bocadinho mais cedo. 

Gostei muito de todos, por motivos diferentes. Se tivesse de escolher só um, era o primeiro, claro. Mas isto sou eu, que acho sexy um gajo sozinho com um piano (ou com uma guitarra, mas este é bom é no piano). 

Consegui confirmar que a minha pontaria para músicas favorita continua apurada. São músicas que os gajos fazem, metem num disco, tocam nos primeiros concertos e depois esquecem-se de que existe e nunca mais lhe tocam. Está longe de ser a primeira vez. Tive esperança de ouvir o Negativo ao vivo, mas não aconteceu.

Repetia tudo, claro. Mas há higlights. O primeiro concerto. Os 3 Palmas, num "Eu estou bem" extraordinário. A relação do pai com o mais velho e vice-versa. O Gabriel do acordeão, que não conhecia e de quem fui atrás (artisticamente falando, claro). E o Capitólio, onde não entrava desde os anos 80, quando lá ia andar de patins e aquilo era o Roller, num concerto mais rock, mais alto, muito divertido e emocional, e em que me apercebi da sobriedade subtil e sexy do Alex, um baixo, o instrumento que habitualmente não oiço, mas que ouvi bem, neste concerto.

Foi tudo muito bom.

Já estou a ressacar de Jorge Palma.

Quando é o próximo?

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A foto de cima é da conta oficial de Jorge Palma, no Instagram.

A de baixo é da Rita Carmo, vi no Expresso.

 

Apareço em ambas :-) 

Antologia

Jonasnuts, 27.09.22

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Ao contrário do que seria de esperar, não vem de muito longe, a minha relação com Jorge Palma.

 

Porque não era bem de intervenção, e por isso não me chegou por via dos meus pais, e não era delicodoce como o Trovante, e por isso não chegou por via individual. E porque eu não percebia. E porque não fui atrás. E porque, quando comecei a poder gostar, não queria ser desiludida num dos "famosos" concertos. 

Mas era inevitável, não é? Aí há uns 15 anos, talvez um bocadinho mais, não sei como, um link, talvez, ouvi a canção Negativo e foi instantâneo. 

 

Procedi como habitualmente, nas minhas obsessões, comprei tudo duma assentada. E passei muito tempo a descobrir tudo. A conhecer tudo. A saborear tudo. Sem aquela coisa do tempo de espera, que me colide com o sistema nervoso. Absorvi Jorge Palma. Por um lado, tive pena que não tivesse clicado mais cedo, por outro, adorei a quase overdose.

Espetáculos ao vivo eram uma dificuldade. Era um querer e não querer. Nunca quis, nem mesmo quando tinha bilhetes à borla (auto-link). Miúfa de sair desiludida.

Até que em 2018, juntou-se a fome à vontade de comer, o útil ao agradável, o sol na eira e a chuva no nabal, e a Asbihp, uma associação que me é cara, crava ao Jorge Palma um concerto solidário, para ajudar a financiar o campo de férias desse ano. Tinha de ser, não é?

Foi. Muito a medo, mas foi. E foi maravilhoso. Um concerto curtinho, com umas condições de som que não eram as ideais, mas muito, muito bom.

Por motivos vários, não consegui voltar a ver Jorge Palma ao vivo (sendo um dos motivos a antecedência com que comprei bilhete para o CCB em novembro de 2021, que, no dia, me esqueci de ir - só me lembrei no dia seguinte, grande cachola). Até ao domingo passado.

Em julho foi anunciada a Antologia. Anunciaram, mas não puseram logo os bilhetes à venda. A ticketline há-de ter tido uns KPIs jeitosos, nesse mês, à conta dos meus refresh. Se não fui a primeira a comprar bilhete, terei sido a segunda. E não fui de modas. Comprei logo o passe para os concertos todos. E marquei-os na minha agenda, para não correr riscos.

 

Foi no domingo. No Palácio Baldaya, em Benfica. Foi o espetáculo inicial. Diz o programa que, ao contrários dos restantes concertos (que incidirão sobre 3 álbuns), este era sobre o "Só". Só sobre o "Só".

 

E eu estava à espera de ouvir o "Só", eventualmente mais uma ou outra nos encores (já que o homem não canta a mesma música duas vezes no mesmo dia). Ora....... o "Só" tem 15 músicas. Não chega a 1 hora de álbum. E era para isso que eu estava preparada. Assim como assim, não vai para novo, a coisa dava-se ao ar livre e não estava calor. Digamos que fui surpreendida.

 

Sim, houve "Só", mas não só. Houve também "Luís" Beethoven, e Leonard Cohen, e Léo Ferré, e coisas que escreveu para outros (Carlos do Carmo, numa canção de vida e devida), e coisas que outros escreveram para ele (Carlos Tê, valsa de um homem carente), e coisas menos conhecidas, que escreveu para o teatro, e histórias que foi contando, apesar da óbvia timidez e dos assumidos nervos (como é que alguém que celebra e assinala 50 anos de carreira, ainda tem espaço para nervos. É admirável e terno). Houve quase duas horas de concerto. Sem nunca cansar. Sem nunca me ocorrer pegar no telefone. A plateia ajudou, era família que ali estava, e percebia-se bem. Espero que ele também tenha percebido.

 

Não tendo sido um concerto sem erros, foi um concerto perfeito.

Um homem e um piano. Não há muitas coisas mais sexy do que isto.

 

7 de outubro, lá estarei.

 

Find Wally:

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Fotos do Facebook da Junta de Freguesia de Benfica

Vuelvo Al Sur

Jonasnuts, 30.08.20

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Cheguei hoje à conclusão de que tenho uma lacuna grave (aliás tenho mais do que uma) na minha cultura geográfica de proximidade. 

Dei conta de que não conheço o lado de lá, a margem sul, no fundo, não conheço a vista para que olho todos os dias, da janela do meu quarto.

E percebi isso porque passei a manhã do lado de lá, primeiro no Seixal e depois no Barreiro, mais exatamente na Praia Norte do Barreiro, onde tirei esta fotografia.

 

Se a ponte estava ali, e o Cristo Rei acolá, o mar ali no meio, o meu cérebro tinha um nó. Ainda demorou um bocadinho, até conseguir ajustar o processador e deixar de estranhar, tanto.

Já tenho mais reconhecimento a sul marcado para a semana que vem.

 

A Sul, está-se muito muito muito muito bem.