Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Jonasnuts

Jonasnuts

Assessores

Jonasnuts, 29.05.11

A Priberam diz de "Assessores":

 

assessor (ô) (latim assessor, -oris, ajudante, auxiliar) adj. s. m.

1. Que ou quem assiste ou assessora. s. m.

2. Pessoa que tem como função profissional auxiliar um cargo superior nas suas funções. = adjunto, coadjutor

3. Juiz substituto.

 

Eu tinha esta ideia, por acaso.

 

Mas, ultimamente, fruto dum maior envolvimento com várias campanhas eleitorais, gostava de propor que a palavra passasse a escrever-se acessor. E eu explico porquê. Por duas razões. Para já, resolvia uma série de erros de ortografia, derivado de (o que eu adoro o derivado de) haver por aí muito boa gente a escrever acessor, em vez de assessor. E em segundo lugar, porque acessor, que é uma palavra que não existe, parece vir de acesso. Calma, ainda não terminei. Julgar-se-ia que a minha proposta derivava (lá estou eu outra vez) do acesso, que os assessores proporcionam às pessoas que assessoram, certo? Errado. Os assessores parece que vivem para cortar o acesso. São assim uma espécie de guarda-costas intelectuais (julgam eles), que teimam em deixar vir à tona aquela costela de porteiro de discoteca da moda, em noite de sexta-feira.

 

 

Faz-me lembrar uma história que se passou comigo, uma renitente das discotecas e da figurinha que era preciso fazer para entrar. Aquela coisa de ir para a porta, com um grupo de gajas, ser simpática para o porteiro, fazer olhinhos, pedir para ele deixar entrar. Eu não sou simpática, não faço olhinhos a quem não quero, e não peço favores a desconhecidos.  Um dia, lá me convenceram, e fui para a porta da discoteca. Preparava-me para entrar, quando sinto uma mão no meu ombro. Quem era? Pois claro, o porteiro. Ele achou que estava a ser brincalhão, a impor o seu poder de forma paternal, dizendo-me "penso que não nos conhecemos", e eu, que não tinha gostado da mãozinha, retorqui "é natural, eu não me dou com porteiros".

 

Claro que fiquei à porta, mas isso agora não interessa para nada.

 

Há assessores (não todos, é verdade, há honrosas excepções) que me fazem lembrar os porteiros e, como leram se chegaram até aqui, eu não me dou com porteiros ergo, eu não me dou com assessores.

 

 

E antes de vir para aí um assessor almariado com o texto, olhe, não faça caso, inclua-se no disclaimer das honrosas excepções, que é para isso que elas ali estão.