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Jonasnuts

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Os filhos fictícios e os filhos da puta

Jonasnuts, 28.08.12

Acabo de ver na SIC Notícias uma "notícia" com um título sugestivo :) "Fisco admite que milhares de filhos declarados até 2009 eram fictícios"

 

Há 2 coisas que me custam, nesta notícia. Uma mais que outra.

 

Chateia-me que a SIC Notícias apenas debite informação proveniente do Ministério das Finanças, sem se preocupar sequer em questionar aquilo que está escrito. Mas esse é o mal menor....... não sou cliente da SIC, portanto, a probabilidade de vir a ser enganada por um notícia da SIC é reduzida. Aliás, a bem dizer, a probabilidade de vir a ser enganada por uma "notícia" de qualquer órgão de comunicação social tradicional, é reduzida. É uma fonte que cada vez uso menos.

 

Acima de tudo, chateia-me que os alegados deficientes mentais do Ministério das Finanças, debitem informação enganosa, ou, pior, que mesmo após terem sido contactados por uma série de pessoas, ainda não tenham acordado para a porra do problema que causaram com a merda da obrigatoriedade de inclusão do número de identificação fiscal das criancinhas, sobretudo quando a presença da criancinha apenas pode acontecer na declaração de um dos progenitores.

 

A porra do Estado, ainda vive no início do século passado, ainda acha que TODAS as crianças vivem com o pai e com a mãe, e já agora, que a mãe fica em casa, enquanto o pai, o chefe de família, trabalha para providenciar o sustento dos dependentes.

 

A merda do ministério das finanças, ou o governo, ou seja lá quem for que tenha aprovado esta lei acéfala, deixou de lado TODOS os pais que partilham as despesas dos filhos que têm em comum e que, naturalmente, querem deduzir nas respectivas declarações.

 

Desapareceram das declarações? Pois desapareceram....... só daqui de casa, há 3 desaparecidos.

 

E a falta de preparação dos funcionários a quem coloquei a questão é extraordinária, como aliás, já tive oportunidade de descrever no passado (auto-link).

 

E aquele endereço de mail do Ministério das Finanças para onde enviamos as perguntas sobre este tipo de dúvidas, e que é obrigado a responder, e cuja resposta vincula o Ministério das Finanças? Estão-se cagando, e não respondem. Aliás, as finanças mandam-me muitos mails, mas responder aos meus, está quieto.

 

Filho fictícios....... a bem dizer, não conheço nenhum (apesar de ter pelo menos 3 na minha família mais próxima), já filhos da puta, é ao contrário, não tenho nenhum na família, mas conheço muitos (por acaso..... pensando bem, até tenho um filho da puta na família, mas isso agora não interessa para nada).

Finanças criativas

Jonasnuts, 26.04.11

Como seria de esperar, a cartinha que dirigi ao ministro das finanças, noutro dia, ficou sem resposta. Nem me ocorreu outro desfecho.

 

Por isso mesmo tenho questionado as finanças, em diferentes locais, mas sempre com a mesma pergunta:

 

Porque é que um pai e uma mãe que estão separados, mas que partilham a guarda do filho, não podem incluir o menor nas respectivas declarações de IRS? O sistema só permite que um dos progenitores o faça, presumindo que há lugar a pagamentos de pensões e coisas do género. Mas no modelo da guarda partilhada, não há pensões.

 

O que fazer para que ambos os progenitores possam declarar as despesas que tiveram com o menor?

 

Tenho recebido, em primeiro ligar, sempre a mesma resposta. Não há forma de um mesmo menor estar presente em 2 declarações diferentes. O sistema não permite. Esta resposta é universal. Mas depois entra o portuguesismo. O desenrasca. A vontade de ajudar a resolver um problema que até se percebe. Sinto empatia, por parte dos vários interlocutores a quem tenho exposto o problema. E há soluções criativas, a saber:

 

- Um ano declara um, no outro ano declara o outro.

 

- É só um filho? É pena. Se fossem dois filhos, cada um declarava um.

 

- Um declara tudo, e depois dá metade do reembolso ao outro.

 

 

Ainda não desisti de ver esta questão resolvida de forma justa, sem que um pai ou uma mãe tenham de sair prejudicados, privados do seu direito de declarar as despesas que têm com o seu filho, cada um na sua declaração.

 

Alguém que perceba de direito fiscal tem alguma achega?

(E, please, não me enviem achegas a dizer que o sistema é assim que funciona, que isso eu já percebi. Funciona mal. Eu quero é saber como é que se altera esta porra :)