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Jonasnuts

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Aumentar a receita

Jonasnuts, 10.09.12

Aumentar a receita não é, ao contrário do que se possa pensar, fácil, para o comum mortal. Aliás, dá-me a sensação que as facilidades em aumentar a receita são exclusivas ou de quem está no governo, ou de quem já tem dinheiro.

 

Para os restantes (os 99%), é mais difícil, a não ser que se tenha um talento especial, ou uma ideia original, e a isso é preciso ainda juntar motivação, vontade, esforço, trabalho, dedicação e sorte.

 

É o caso da Cláudia Borralho. Ora primeiro que tudo, vamos ao disclaimer. A Claudia (assim, sem acento), trabalha comigo há muitos anos. É designer. É, também, minha amiga. E ainda antes de sermos amigas e de trabalharmos na mesma equipa, eu acompanhava o Blog dela (que na altura tinha um nome muito mais comprido, mas isso agora não interessa para nada). Mais, fui cliente da Claudia, quando ofereci à minha mãe alguns dos bonecos feitos à mão, em tricot, e que eram o máximo.

 

 

 

 

Feito o disclaimer, fica a informação. Depois de muito tempo a trabalhar neste hobbie usando apenas a sua casa (para workshops e para fazer os seus trabalhos) e o online (para promoção e vendas), a Claudia encontrou um espaço físico para o seu hobbie, em Lisboa, Campo de Ourique. Apesar de já ter aberto a loja, as festividades são esta semana.

Uma loja cheia de coisas feitas pela Claudia (e muito mais que isso), de artigos dedicados a bebés e crianças (fruto do facto da Claudia se ter especializado nesta matéria, por via de ter sido mãe, duas vezes).

Apareçam por lá, vejam, façam compras, inscrevam-se nos workshops, e invistam um bocadinho na formação de competências alternativas. Às vezes, um hobbie, quando aprofundado, pode transformar-se numa fonte adicional de receitas.

 

 

Com um bocadinho de sorte, ainda cravo a Claudia para vender meias feitas à mão, ou os meus sack boy (auto link)  :)

O segredo mais bem guardado dos anos 80

Jonasnuts, 26.07.12

Qualquer miúda adolescente durante os anos 80 (pelo menos em Lisboa) andava com inúmeras pulseirinhas coloridas nos braços. Não se encontravam à venda nas lojas, mas havia algumas especialistas que as sabiam fazer. Não partilhavam o conhecimento, mas ofereciam pulseirinhas às meninas do seu grupo.

 

Não sei muito bem como é que adquiri o conhecimento propriamente dito, mas fartei-me de fazer pulseirinhas em linha, e não me esqueci da coisa. Ontem, ao telefone com a minha irmã que tem mais onde aplicar os seus neurónios do que em reter informação supérflua, ela diz-me que acha que as pulseirinhas de linha seriam uma boa para a T. A T é filha da minha irmã e, portanto, a sobrinha mais linda do mundo.

 

Então... puxei pela memória e pelo material necessário, e aqui fica um tutorial daquele que foi um dos segredos mais bem guardados dos anos 80 :)

 

Para fazer uma pulseira de linha é preciso, pasmem, linha. Não precisa de ser linha especial de bordar, linhas normais de coser servem lindamente, e eu nunca usei outras (a caixa de costura da minha avó Zita levava uns rombos valentes).

 

Normalmente, cada pulseira tem 3 cores (portanto, 3 carrinhos de linhas), mas, usem tantas cores quantas quiserem (quanto mais cores, mais trabalhoso e mais demorado). Uma tesoura (que nem sequer é essencial), e um alfinete-de-ama.

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A primeira operação será criar as linhas com que vamos trabalhar. 3 linhas para cada cor, cada linha é constituída por 2 fios.

 

Pegamos no primeiro carrinho de linhas, e começamos a desenrolar, o tamanho da linha dependerá do tamanho final que se queira para a pulseira, mas se contarmos com cerca de 40cm (2 palmos adultos), dá nas calmas para uma pulseira de criança ou de mulher com pulsos finos.

 

Portanto, a primeira operação será a de construção das linhas, cada uma com 2 fios. Para cada cor. No caso, 3 linhas verdes (6 fios), 3 linhas azuis (6 fios) e 3 linhas cor-de-rosa (6 fios).

Desembaraçamos tudo, e damos um nó numa das extremidades.

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A seguir, um truque e a razão de ser do alfinete-de-ama. A ponta da pulseira tem de estar presa a algum lado. Há a técnica de pedir a uma amiga "segura aí nisso", mas para quem não tem uma amiga ali ao lado, há que puxar pela cabeça. Alfinete-de-ama é quase a mesma coisa. Prendemos o nó que fizemos ao joelho das calças de ganga que vestimos propositadamente para o efeito, usando o alfinete-de-ama.

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A seguir, separamos as cores umas das outras e fazemos uma trança normalíssima. 3 cm de trança chega e sobra (3 dedos). No final, outro nó.

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E agora começa o trabalho propriamente dito. Escolhemos qual a ordem pela qual queremos que as cores fiquem. Neste caso, primeiro o verde, depois o azul e por último o rosa.

 

Separamos cada linha (portanto, cada conjunto de dois fios) pela ordem correcta. 3 conjuntos verdes, 3 conjuntos azuis e 3 conjuntos rosa.

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A primeira fila é a mais complicada e ao princípio fica sempre meio esquisita, mas com prática fica cada vez mais perfeita. O que se vai passar é que vamos pegar na primeira linha e fazê-la correr todas as restantes, dando, a cada uma, dois nós. Portanto, a primeira linha da fila (a 1ª do lado esquerdo), vai dar dois nós na linha do lado, e depois dois nós na linha do lado, e depois dois nós na linha do lado, and so on, and so on, até não haver mais linhas para dar nós e a primeira linha se transformar em última. Assim, fica concluída a primeira carreira da pulseira, neste caso, a verde. Voltamos ao início, e pegamos na nova primeira linha, que é a primeira da fila, e repetimos o processo de 2 nós em cada linha até ao final, e repetimos o processo até termos uma pulseira.

 

Cada carreira tem 16 nós. Cada risca tem 3 carreiras. Esta pulseira tem 27 riscas. Significa que foram dados 1296 nós :) (sem contar com os nós das tranças :)

 

No final, damos um nó, fazemos uma trança, damos outro nós, aparamos as pontas e está feito.

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E aqui está, uma pulseira de linha.

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Pode fazer-se uma pulseira mais grossa. Esta é para a minha sobrinha, portanto, tem o tamanho ideal para ela. Para fazer a pulseira mais grossa, basta aumentar o número de linhas por cor. Portanto, em vez de 3 conjuntos por cada cor, 4 ou 5 conjuntos de linha, para cada cor. As variações são inúmeras. Recomendo que, para quem está a começar agora, comecem por esta, que é a mais simples e menos trabalhosa, e depois, ponham a imaginação a trabalhar, e inventem :) A técnica não é difícil.

 

Porque isto com fotos e com texto pode parecer mais difícil do que realmente é, fiz um vídeo, que mostra exactamente como é que se processa a coisa. Não façam caso da voz, que não é a minha, é da senhora que aparece a falar por cima de mim sempre que há alguma coisa a gravar o que eu digo.

Os meus agradecimentos ao operador de câmara que tive de cravar porque as minhas mãos estavam ocupadas com as linhas :) Fez um excelente trabalho.

 

Dúvidas, questões, dicas, sugestões e acrescentos...... é usar os comentários :)