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Jonasnuts

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Inocência

Jonasnuts, 08.02.10

Perdi a inocência muito tarde. Imagine-se que, quando soube que na universidade se copiava, fiquei chocadíssima. Tinha 16 anos. Percebem? Era muito inocente.

 

Perdi a inocência muito tarde. Mas quando a perdi, não ficou réstia de nada. Sabem aquelas coisas do amor que se transforma em ódio? É mais ou menos a mesma coisa. Passei de inocente idealista bimba para o extremo oposto. Sou cínica, e duvido sempre da natureza humana. É tudo culpado até prova em contrário.

 

Isto tudo para dizer que não ando impressionada com as notícias, e com as manipulações, e com a liberdade de expressão, e com os clamores de viva a liberdade e marchinhas daqui e marchadelas de acolá. Não acredito em políticos (independentemente da sua cor), não acredito nos órgãos de comunicação social, e não acredito na justiça. Todos têm agenda própria e todos se estão cagando para o povinho.

 

São muito raros os casos em que as pessoas enveredam por um serviço público para servir o  público. Enveredam por onde acham que lhes dá jeito, pessoal, enveredarem. Não querem servir o público ou o povo, querem servir-se a eles próprios em primeiro lugar, os interesses do público ou do povo são muitíssimo secundários. Trabalham para a sua própria agenda ou para a agenda do pastor que os apascenta. Se a coisa correr de feição, andam caladinhos, se a coisa não correr de feição, berram.

 

Portanto, senhores que andam aí a gritar e a berrar, que nem virgens ofendidas, com o estado da nação, calem-se. Vocês não estão a refilar com o estado da nação, estão a refilar por não serem vocês ou os da vossa cor, a estar no poleiro.

 

 

Burrice blogosférica

Jonasnuts, 20.01.10

Este blog é pessoal e generalista. Não é, definitivamente, um blog político. Mas eu acompanho a blogosfera política (e as outras, já agora), e espantam-me os erros de principiante que cometem algumas pessoas que já deviam saber mais.

 

A blogosfera é debate e opinião. Não debate só quem quer, há casos em que debate quem pode, e quem vai à guerra dá e leva. Mas, para haver debate e troca (mesmo que seja de pancadaria), tem de haver respeito. Não se trocam argumentos com pessoas que não respeitamos. Pelo menos de forma persistente.

 

Estranho muito uma certa blogosfera que se insurge com determinado blog, ou personagem, e que insulta, e que tenta negar, e que desvaloriza e que, ao fazer isto tudo, está pura e simplesmente a amplificar, a difundir e a divulgar o tal blog ou personagem.

 

Isto é generalista, embora eu me tenha inspirado num tema (re)corrente da blogosfera política. É um erro persistente, e eu estranho que pessoas inteligentes caiam nessa armadilha.

 

Há um personagem blogosférico (e não só) de que não gosto, não respeito nem intelectualmente nem de qualquer outra forma. Sei-o uma pessoa desonesta, sem palavra, que escreve (e fala) ao sabor dos seus interesses muito pessoais. Enfim, uma nódoa.

Acham que lhe dou, sequer, um hit para as estatísticas? Acham que contribuo sequer com uma visita para os seus KPIs? Acham que leio o que ele escreve? Para quê? Se não o respeito, porque raio vou ouvir o que ele tem para dizer? Para o contradizer? Não vale a pena, o próprio mete habitualmente os pés pelas mãos, cumprindo competentemente o papel de se contradizer (é a chamada versatilidade vira casacas).

 

Faço o que melhor se pode fazer a este tipo de gente, ignoro-o. Ele não existe.

 

Não percebo a incapacidade da blogosfera, de ignorar as pessoas que não respeita e, pelo contrário, lhes dá mais visibilidade e lhes cria mais forma e consistência.

Caro Governador Civil de Lisboa

Jonasnuts, 08.01.10

Não nos conhecemos, mas decidi ler a entrevista que deu à última Visão, provavelmente porque o enfoque era dado, nos títulos e imagens que acompanhavam a entrevista, em temas que me interessam, Facebook, redes sociais enquanto ferramentas de trabalho, etc.

 

Devo desde já esclarecer que não sou uma crente em tudo o que leio e sei, por experiência própria, o quão deturpadas podem ser afirmações que fazemos, quando as lemos mais tarde impressas em qualquer jornal ou revista.

 

Não dou, por isso, demasiada importância ao que leio, principalmente se for escrito na comunicação social tradicional. Assumo-me como descrente, além de que a minha opinião vale o que vale, que é pouco ou quase nada. A minha opinião tem apenas a enorme vantagem de ser a minha, o que apenas me beneficia a mim.

 

Li no entanto algo que, não sendo novidade quando dita pelos novos adeptos das novas tecnologias, suscita habitualmente em mim um levantar de sobrancelha, a saber:

"Para ele, o envolvimento de um político nas redes sociais permite, em muitos casos, antecipar situações, perceber quais as opiniões dominantes. "Às vezes até dá para saber quais vão ser os assuntos em destaque no dia a seguir", diz".

 

É verdade, mas apenas parcial, e pode ser uma falácia.

 

Senão vejamos, não é a maioria dos portugueses que tem acesso à Internet, portanto, a opinião dominante não pode ser recolhida, a não ser por extrapolação que, como se sabe, tem muitos perigos, é uma espécie de generalização teoricamente científica e, como se costuma dizer, as generalizações são perigosas.

 

Notemos ainda que, os que têm acesso à Inernet são pessoas com um maior poder de compra (embora esta tendência esteja a ser absorvida pela massificação) e que pertencem a uma classe social que não é, infelizmente, a da maioria dos portugueses. Novamente, opiniões dominantes por extrapolação.

 

Não esquecer que, para além de tudo, dos que estão online, será uma imensa minoria, aquela que emite opinião relevante ou que ultrapasse o domínio exclusivamente pessoal. A sério. A grande maioria dos Blogs, não são dos políticos, ou de intervenção social, ou de opinião. Se quiser aprofundar esta minha última afirmação, é ver uma coisa que escrevi há uns tempos.

 

Portanto, quem anda online não é a maioria, é uma minoria privilegiada, a maior parte não produz conteúdo e, não esquecer que no meio de tão pouca gente, meia dúzia de intervenientes podem fazer a diferença. É por causa disto que parte da sua afirmação é verdadeira, dá de facto para saber "quais vão ser os assuntos em destaque no dia a seguir" mas apenas porque as redes sociais e blogosféricas são muitíssimo frequentadas por jornalistas (e ainda bem, se quer mais uma opinião minha).

 

E, por último, além de tudo o que já referi antes, convenhamos que, para seguir um político no Facebook é preciso que esteja interessado no que essa pessoa possa ter para dizer e, como sabemos, a grande maioria dos portugueses não se interessa pelo que os políticos têm para dizer (não vale contar com  o número de participantes nos Fórum da TSF que são especialistas em fazer um enorme número de vozes diferentes. Parecem muitos, mas são poucochinhos).

 

Isto já está muito comprido, mas está quase a terminar e assim como assim ninguém leu até aqui.

 

Eu percebo o sentimento de deslumbre com a aparente proximidade que as "novas" tecnologias proporcionam, a sério que percebo, melhor do que gostaria. É extraordinário o potencial enquanto ferramenta de comunicação. Mas há que atingir um ponto de equilíbrio e, sobretudo, não nos deixarmos cair no logro de que estamos todos ligados, e que as pessoas que nos seguem e que nós seguimos representam um todo.

 

É um abismo onde se cai, e de onde se pode demorar algum tempo a sair.

 

Para um conhecimento mais profundo do que, de facto, pensa a maioria, é comprar os jornais desportivos, lê-los num café, de preferência um estabelecimento que tenha uma televisão sintonizada num noticiário da TVI ou nas tarde da Júlia, e estar de ouvido atento aos comentários e às notícias que prendem a atenção das pessoas. Aí sim, vai sentir o pulsar da nação.

Caros senhores políticos de Oeiras

Jonasnuts, 04.10.09

O que não falta é comunicação sobre as vossas acções. Se forem do Team Isaltino, até recebi uma revistinha da cidade de Oeiras, com capa luxuosa, para me informar dessas e doutras demarches do senhor. Mas, para todas as forças políticas há publicidade por todos os lados.

 

Portanto, se eu quiser assistir a um comício, não falta informação acerca do onde, do quem e do como (já do porquê, nem por isso, mas não vem agora ao caso).

 

Tudo isto para informar que dispenso os cortejos de dezenas de carros ajaezados, que buzinam como se houvesse fogo, enquanto circulam por um bairro RESIDENCIAL num fim de dia de Domingo. Informo que não se trata de um bairro por onde tenham de passar para ir a qualquer lado, não, são 3 ruas, com trânsito em ambos os sentidos, todas elas becos sem saída, pelo que, a vossa operação de hoje às 19h30 foi propositada, passando diligentemente pelas 3 ruas do bairro, em alegre e ruidosa buzinadela. Já vos disse onde é que podem meter as buzinas?

 

Obrigada, mas não obrigada.

 

E já agora, apesar de saber que a legalidade das coisas não é tema valorizado no concelho, recomendo que consultem o código da estrada e vejam em que circunstâncias é que podem buzinar.

 

Aqui de cima não vi de que cor eram as bandeira, mas as buzinas eram potentes sim senhor, e não é importante saber a cor das bandeirinhas que isto serve para todos.

 

Desamparem-me a loja, caraças, que já nem em casa consigo estar descansada.