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Jonasnuts

Jonasnuts

Os portugueses lêem pouco? Bora taxar as bibliotecas

Jonasnuts, 12.05.12

Transcrição de uma das muitas frases possíveis, do site do plano nacional de leitura:

 

"Os resultados globais de estudos nacionais e internacionais realizados nas últimas duas décadas demonstram que a situação de Portugal é grave, revelando baixos níveis de literacia, significativamente inferiores à média europeia, tanto na população adulta, como entre crianças e jovens em idade escolar."

 

"A situação é, sem dúvida, preocupante. No entanto, tanto a escola como as bibliotecas têm procurado intervir na promoção da leitura. E na verdade, nas últimas décadas, assumiram um papel central, desenvolvendo actividades destinadas a cultivar o interesse pelo livro e o prazer de ler."

 

 

Assim sendo, fazem todo o sentido as palavras do secretário de estado da cultura, Francisco José Viegas:

 

“Noutros países, as bibliotecas têm uma contribuição decisiva para o direito de autor, para as sociedades de gestão do direito de autor, porque têm de pagar pelos livros requisitados nas bibliotecas. Em Portugal ainda não foi adoptada essa directiva, mas, a breve prazo, terá de ser.”

 

É bom ver que o nosso governo tem os seus objectivos e prioridades bem definidos.

 

Para este governo, é mais importante sacar mais algum aos portugueses, para recompensar uma indústria que não se mexe, do que incentivar à leitura.

 

Não surpreende, é um facto, mas chateia.

 

ADENDA: Ler também o que a Paula Simões escreveu acerca da forma que os senhores da APEL usaram para chegar à brilhante conclusão sobre os 40 milhões de euros de prejuízo (no estudo referido pelo secretário de estado).

Herege, dirão.

Jonasnuts, 23.04.12

 

 

 

 

Não podia deixar de assinalar o dia mundial do Livro. E assinalo-o de duas formas. Batendo com a mão no peito por não ter conseguido, ainda, que o meu filho tenha uma paixão idêntica à minha (embora eu esteja apenas agora a retomar a prática dos livros, depois de uns anos de moderação). A outra forma, a tal que muitos considerarão ser herege, é deixando a minha homenagem ao grande responsável pelo meu regresso aos livros. Mas que grande invenção, Jeff Bezos.

 

O meu Kindle, com MUITOS dos meus livros, anda sempre na minha mala :)

 

Neste momento, atraco-me ao A Song of Ice and Fire e vou nos 42% do 2º volume, A Clash of Kings.

 

Ah, mas isso não é mesmo um livro, e eu tenho de sentir o papel, e o cheiro dos livros e coiso e tal. Pois, que não. Para a grande maioria dos livros, não preciso da experiência de papel. Muito pelo contrário...... o meu Kindle ocupa MUITO menos espaço, e não mata árvores. É só vantagens.

Livros

Jonasnuts, 30.03.11

Gosto muito de livros. Gosto muito de ler. Já gostei mais, é um facto. Houve uma altura em que devorava tudo o que me aparecia à frente. Os meus pais não tinham, sequer, capacidade financeira para me manter alimentada, tal era a voracidade.

 

Não tenho aquela coisa do papel, ahhhh, tenho de sentir o papel e o cheiro, enquanto leio. Não sou da forma, sou do conteúdo. Há muito livrinho lá por casa que me teria dado igual gozo se estivesse em formato digital (não todos, mesmo assim, não todos).

 

Enfim, o livro, a obra, o que lá está escrito pertence a um universo que venero. Venero pelo prazer que me proporciona e porque não consigo fazer igual (nem sequer próximo :).

 

Vai daí que, posto isto, não percebo as pessoas que publicam um livro ou que querem publicar um livro, quando não são escritores por aí além. E hoje, qualquer pessoa publica um livro. E está na moda, publicar livros.

 

Por causa daquele episódio de final do ano, que deu aquela escandaleira toda (estou a tentar evitar dizer o nome da Ensitel, como já se notou), já por mais do que uma vez me sugeriram que escrevesse um livro. No passado também me desafiaram para escrever um livro sobre a cena do Terràvista, e sobre a história da Internet em Portugal.

 

E eu fico a pensar, um livro? Que raio..... tenho um blog e já me vejo à rasca, agora um livro? Para quê, se tenho o Blog?

 

E respondem-me, ah, por causa do prestígio e do dinheiro.

 

O problema é que, na minha opinião, só têm prestígio os bons autores, os que querem mesmo fazer disso a sua vida, os que têm talento. Toda a gente aprende a juntar letras na escola, mas são muito poucos os que sabem escrever. A mesma coisa para o dinheiro. Não conheço nenhum escritor rico. Pode haver uns que tenham mais uns trocos, mas, a grande maioria, são uns tesos.

 

Expliquem-me, porquê a ânsia de escrever um livro, quando não se escreve extraordinariamente bem, e se pode dizer exactamente a mesma coisa, num Blog?

Testes vocacionais baratos

Jonasnuts, 14.06.10

Eu forneço testes vocacionais baratos, aliás, de borla, aqui e agora.

 

Alguns de vocês chamarão a isto senso comum, mas parece que há muita gente a confundir as coisas, pelo menos à minha volta.

 

Aqui fica:

 

Para se ser educador de infância é preciso muito mais do que gostar de crianças.

Para se ser médico veterinário é preciso muito mais do que gostar de animais (e até acho que o ideal é não gostar muito de animais).

Para se ser padre é preciso muito mais do que crer em Deus.

E para se trabalhar na área editorial, é preciso muito mais do que simplesmente gostar de ler. Principalmente se gostam de ler apenas aquelas coisas intelectualóides cujas citações caem bem em qualquer conversa ou, em casos mais graves, aquelas coisas que não se lêem mas que são obrigatórias na biblioteca lá de casa. Dá ar culto. E nada de Margaridas Rebelos Pintos, nem nada desse género, a isso torçam o nariz com ar levemente enjoado.

 

Apliquem isto a quase todas as actividades, e ficam logo com uma série de possibilidades excluídas à partida.

 

E, acreditem, bate certo.

 

Não tem de quê.