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Jonasnuts

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Maria ou a comunicação das empresas

Jonasnuts, 05.06.10

Tem-se falado muito do posicionamento das empresas face à Interner em geral e às redes sociais em particular.

 

É um tema recorrente desde que há acesso à internet em Portugal.

 

Enquanto estávamos na fase dos sites institucionais, a coisa correu menos mal, apenas a apontar uma certa lentidão do tecido empresarial português (adoro esta frase), em ter uma presença online, mas de resto, a informação começou por estar lá. Era fácil, era estático, não dava trabalho.

 

Mas, hoje em dia, é diferente, não basta estar, é preciso estar bem, de forma inteligente, e em todas.

 

Eu não acredito que a maioria das empresas consiga, em tempo útil, adaptar-se a estas novas ferramentas de comunicação.

 

Caramba, o telefone tem mais de 100 anos, e as empresas ainda não sabem usá-lo. Porque é que aprenderiam a usar a internet antes de saberem usar o telefone?

 

Isto tudo porque quando me perguntam como me chamo eu respondo com a verdade, Maria João Nogueira, e a grande maioria das empresas passam toda a chamada a dizer Senhora Maria, Senhora Maria, Senhora Maria.

 

Já experimentei dizer que me chamo João, mas Senhora João não soa bem, e Senhora Jonas ainda pior.

 

Se as empresas não sabem comunicar por telefone, porque é que haveriam de saber comunicar online, explicam-me?

Publicidade como deve ser

Jonasnuts, 21.05.10

A propósito do meu post anterior, aqui fica um exemplo de como a coisa deve ser feita (embora nem sempre seja necessário gastar os milhões que a Nike gastou).

 

A melhor forma de usar estes novos meios, é fazer coisas que as pessoas QUEIRAM mostrar. A Internet não é um veículo, são muitos veículos, muitos Blogs, muitas contas de Facebook, muitas contas de Twitter. E só partilha um determinado tipo de conteúdos, quem gosta e quem acha que a sua audiência vai gostar. Não conheço outro meio que faça uma selecção natural e automática de target/audiência.

 

 

E, que fique a nota, eu nem gosto do Cristiano Ronaldo, mas acho que este spot está fabuloso, e por isso, apesar de não ser paga para isso, disponibilizo um anúncio da Nike neste meu espaço. Atinge uma grande audiência, aqui? Não. Mas outros farão aquilo que eu acabei de fazer (e outros já fizeram). Neste preciso momento, o vídeo tem cerca de 700.000 visualizações. Vamos ver como estará para a semana.

O poder dos sobrinhos

Jonasnuts, 21.05.10

Ultimamente tenho falado muito de sobrinhos.

 

Tenho falado dos sobrinhos bons, os meus, mas neste caso em específico vou falar doutro tipo de sobrinhos.

 

É aflitiva a forma pouco profissional e ignorante como certos "especialistas" aconselham os seus clientes no que aos novos meios de comunicação diz respeito. E a isto, quero juntar o conceito do "giro". Este é um post que ando para fazer há algum tempo, mas tem andado emperrado, claramente à espera da conjugação dos astros, parece que estão alinhados hoje.

 

E alinharam-se graças à Mitsubishi, com a ajuda da Sarrafada.

 

 

Quanto dinheiro foi gasto nesta campanha? Não sei, mas sei que os outdoors não são baratos.

 

Quem é que propôs esta campanha ao Cliente?

 

Ou, tendo sido proposta do Cliente, quem é que lhe disse que sim e não o alertou para o facto desta campanha não ter pés para andar? Uma campanha que viola os termos de utilização da maior rede social do mundo, e que por sinal é conhecida por ser violenta na aplicação desses termos de utilização e protecção da sua imagem, não tem pés para andar. O que é que leva uma agência e um cliente a investirem numa campanha que mais tarde ou mais cedo vai rebentar, porque o perfil vai ser removido?

 

"ADENDA: O JC chamou-me a atenção, nos comentários, para o endereço que foi impresso no outdoor. Falta-lhe o .com. Em cima de tudo o resto, gastaram um dinheirão a comunicar um endereço que não existe :) É a cereja no topo do bolo."

 

Mais, qual foi o argumento para vender isto ao cliente? Qual é a estratégia por trás da campanha?

 

Eu aposto que os argumentos foram: O Facebook está na moda, vejam as estatísticas (americanas, claro), há milhões de utilizadores, dá ideia de modernidade e é giro.

E deve ter ficado por aí.

 

Há uns anos, trabalhava eu numa agência de publicidade, tentei chamar a atenção para a Internet, dizendo que devíamos investir recursos na aprendizagem deste novo meio. Bem sei que foi há muitos anos (15, mais coisa menos coisa), mas é assustador ver que, depois destes anos todos, está tudo mais ou menos na mesma.

 

Não há pessoas competentes e com know-how nos sítios onde deveriam estar. As agências (e os Clientes, já agora) não sabem criar nem produzir para o online. Continuam a criar como se estivessem num meio tradicional. Anúncios de jornal ou spots de televisão. Muito flash (é assustador ver a quantidade de sites institucionais feitos exclusivamente em flash, lá está, porque é giro, mas que não são depois apanhados pelos motores de pesquisa - que não consegue penetrar no flash - e que consome imensos recursos e largura de banda, e que não é lido por muitos browsers, já para não falar daqueles que, como eu, têm inibidores de flash, e só vêem os conteúdos em flash se lá clicarem. Enfim, ignorância e incompetência, mas cobrada a bom preço.

 

Depois também temos, para ajudar à festa, os auto-intitulados, gurus. Os que se apresentam como especialistas, sendo que de especialistas têm muito pouco, são habitualmente curiosos da coisa, com a tradicional chico esperteza tuga.

 

E, para último ingrediente deste cocktail, temos os vendedores de publicidade online que são, isso mesmo, vendedores de espaço. Tanto podiam estar a trabalhar no online como no papel, são vendedores de espaço, sem a mínima noção de que o meio que estão a vender tem idiossincrasias próprias que podem ser exploradas e que, bem geridas, são uma mina. Dá mais trabalho do que vender espaço? Certamente, muito mais, que isto de vender num meio interactivo não termina quando a coisa está impressa, pelo contrário, começa aí.

 

Tudo isto junto dá a actual situação do mercado publicitário online em Portugal. Na maioria dos países, enquanto os números da publicidade nos meios tradicionais desce vertiginosamente, os números da publicidade online crescem. Em Portugal, tanto quanto sei, os números da publicidade online acompanham os restantes meios na descida.

 

Há 2 anos, quando se começou a falar na crise, eu disse que a crise ia ser uma oportunidade para o online. Não estava errada, mas aparentemente deveria ter nascido noutro país.

 

Continuamos a fazer coisas giras, fashion, e pouco eficazes.

 

O que me leva ao ponto inicial, o dos sobrinhos. O meu sobrinho mais velho (7 anos) saberia programar campanhas com mais interesse do que muitos profissionais e gurus que por aí andam.

 

O que só confirma a minha afirmação inicial, os meus sobrinhos são dos bons. Aliás, são os melhores sobrinhos do mundo.

Computadores públicos, vícios privados

Jonasnuts, 19.03.10

O título do post pode ser enganador.

 

Isto por causa da cena hoje, na Assembleia da República, em que alguns deputados se chatearam com os fotógrafos que invadem a sua privacidade (conseguindo fotografar o ecrã do computador que ali têm disponível) e o presidente da Assembleia da República a explicar-lhes que a AR é um espaço público e que os computadores não são privados. A notícia, aqui.

 

 

Cá para mim o Jaime Gama é um infoexcluído. A questão não é o instrumento, é o que se faz com ele (sim, também se aplica aqui, esta máxima). Se o deputado estiver a consultar a sua conta bancária, são dados privados. Se estiver a ver o mail, são dados privados, se estiver a inserir passwords, são dados privados. O computador pode ser um bem público, mas o que se faz com ele pode (e muitas vezes deve) ser privado.

 

E não me venham com a treta do "se está no hemiciclo só pode fazer coisas relacionadas com o que está a ser debatido, quer consultar a conta bancária, que consulte a partir de casa", vivemos nuns tempos em que cada vez mais o horário de expediente deixa de existir, e o social, o profissional, o familiar se entrecruzam. Já não há horas marcadas para as coisas, os telemóveis e a internet trouxeram-nos, também, isso.

 

Aquela coisa de ter um emprego toda a vida, entrar à mesma hora, ir almoçar a casa, regressar e sair a horas certas, já não existe. Com o telemóvel e a internet (e agora, com ambos) estamos disponíveis sempre que tenhamos o telemóvel ligado. Ou achariam bem que um jornalista ligasse a um deputado para lhe fazer uma pergunta e deputado respondesse, lamento imenso mas são 18h05 e já não estou a ser deputado a esta hora. Cairia o Carmo e a Trindade. E com razão.

 

Decidam-se. Não podem ter sol na eira e chuva no nabal.

Jon Stewart e a Internet

Jonasnuts, 09.03.10

Adoro o Jon Stewart. Porque me faz rir, e acerta sempre na mouche e é inteligente. Este vídeo, sobre um serviço online chamado Chatroulette é de antologia, especialmente porque onde se lê/ouve "chatroulette" podia ler-se/ouvir-se qualquer outro serviço, Twitter, Facebook, chats, blogs, messenger, etc. Extraordinário e absolutamente realista.

 

 

The Daily Show With Jon Stewart Mon - Thurs 11p / 10c
Tech-Talch - Chatroulette
www.thedailyshow.com
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