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Jonasnuts

Jonasnuts

O Marquês, visto por dentro

Jonasnuts, 05.10.08

O Celso é um dos fundadores do SAPO. É um daqueles carolas que na Universidade de Aveiro teve a ideia de fazer o SAPO. Ainda trabalha no SAPO (ainda está portanto no seu primeiro emprego).

 

Lembram-se do meu post sobre a transmissão do Benfica-Nápoles e da analogia sobre o Marquês de Pombal?

 

Ele fez um post, a explicar o que fizemos no Marquês de Pombal, mas sem a analogia. Para quem percebe um bocadinho do assunto, é um post muito interessante.

 

Gosto particularmente da parte em que ele diz:

 

"Foi daqueles raros projectos que consegue transformar um elefante como a PT numa startup cheia de gana, motivação e cooperação. Foi lindo."

 

As convicções sportinguistas do Celso foram abaladas. :)

Porque é que a Internet atascou ontem à noite, for dummies.

Jonasnuts, 03.10.08

Antes de mais, que fique claro que, se eu coloco aqui esta tentativa de explicação, for dummies, é porque eu própria precisei que me explicassem, devagarinho, o porquê da coisa. Não achem já que eu venho para aqui escrever, armada em entendida, que sou em algumas coisas, mas não nisto.

 

Então para começar, e para que não restem quaisquer dúvidas, a Internet atascou porque o BENFICA - GLORIOSO é o melhor, maior, mais belo clube de todo o mundo e mais além. Óbvio.

 

E foi precisamente por causa disso que a Internet atascou. O SAPO transmitiu o jogo, e o SAPO está obviamente na rede da PT. Mas nem todos os adeptos, simpatizantes, fãs e demais apreciadores do Benfica têm o seu acesso à Internet fornecido pela PT, isso significa que tiveram de aceder à rede da PT para poderem ver o jogo.

 

Imaginemos que a rede da PT é o Marquês de Pombal, outros fornecedores de acesso à Internet têm uma ligação à rede da PT, que permite aos seus clientes acederem a sites que estão na rede da PT, e vice versa. Estes outros fornecedores de Internet são as avenidas que vão desembocar no Marquês de Pombal. Quem decide o tamanho destas avenidas são essas empresas. Ora, o número de carros que podem entrar no Marquês, vindos de cada uma dessas avenidas, está calculado em função do tráfego normal do dia-a-dia. E para o dia-a-dia o número está bem calculado, e vai funcionando. Passam aqueles carros, e as avenidas que vão dar ao Marquês não entopem.

 

O que o Benfica e o SAPO fizeram ontem foi criar uma hora de ponta da Internet. No meio do Marquês de Pombal estava uma coisa que toda a gente queria ver, e então toda a gente se pôs a caminho do Marquês.

 

Os senhores que mandam nas avenidas que vão dar ao Marquês deitaram as mãos à cabeça, e não puderam fazer nada, porque as avenidas não se alargam assim do pé para a mão. E o que aconteceu foi que quem já estava no Marquês (portanto, os clientes da PT) conseguiram ver o que queriam ver.

 

Os que tentavam chegar ao Marquês pelas avenidas encontravam tudo empancado. E começaram a tentar meter os carros por cima dos passeios, e passar uns por cima dos outros, mas a certa altura, esgotaram definitivamente a capacidade das avenidas. Não dava mesmo mais. Uns ainda estavam suficientemente próximos para irem vendo alguma coisa, mesmo que aos bochechos, interrompidos por um autocarro que passava, ou uma camioneta carregada de qualquer coisa, mas para muitos, o trânsito era tanto que não conseguiram chegar, em tempo útil, ao Marquês.

 

Ora para piorar a coisa, temos também de contar com as pessoas que querem chegar ao Marquês, mas que não têm uma avenida para o efeito. Refiro-me aos clientes das empresas que não têm uma ligação directa à PT e que, por isso mesmo, têm de enviar os seus clientes por umas estradas alternativas, basicamente as pessoas têm de ir ao estrangeiro, entrar na avenida do tráfego internacional e depois chegarem ao Marquês. Só que a rua que lhes permitiria saírem de Portugal também estava cheia, porque, claro, todos os clientes dessa empresa queriam ir ao Marquês, mesmo que isso os obrigasse a darem uma volta ao bilhar grande. Atascaram. É mesmo capaz de ter havido quem tenha optado por fechar as fronteiras, tal era o pandemónio de gente a querer pirar-se.

 

Os poucos que não queriam ir ao Marquês (certamente porque estavam a acompanhar o evento de qualquer outra forma) mas que queriam fazer qualquer coisa na internet, encontravam tudo empancado e atascado, porque o trânsito do Marquês chegava a todo o lado, e entupia a cidade toda. Qualquer pessoa que quisesse chegar à rede da PT, por exemplo, aos Blogs do SAPO, apanhava com o trânsito todo, isto tudo porque os Blogs do SAPO estão, tal como o Benfica estava ontem, no Marquês.

 

Portanto, como podem perceber pelo acima descrito, se não houvesse tanta gente a querer ver o Glorioso, nada disto acontecia. O Benfica é grande. E já agora, para os que estavam a pensar no assunto, a analogia do Marquês não é inocente. Quero ver se durante 2009 lá passo a pé, com a família toda, umas bandeiras à mistura, numa noite feliz.

 

Mensagem a reter? Senhores das avenidas, em dia de jogo do Benfica, alarguem as avenidas, que todo o trânsito vai dar ao Marquês.

 

Os senhores geeks que aqui vierem, poupem-me com os bits e os bytes, e os megas e os giga e os mega e o peering. Eu não percebo nada disso. Se acharem que há por ali umas avenidas que precisam de ser corrigidas, façam o favor, muito agradecida.

 

A gerência deste estabelecimento agradece a consultoria técnica (e a paciência) do pessoal que fui cravando, nos corredores do SAPO, para me ajudarem a perceber a coisa.

Assembleia da República

Jonasnuts, 15.02.08
Nunca lá tinha ido, apenas passado à porta.

Fui lá hoje, e entrei. Não interessa fazer o quê, que não é importante para a história.

À entrada tem um detector de metais, como no aeroporto, por onde passamos. Eu levava os bolsos do casaco cheios de quinquilharia, e aquilo não tugiu nem mugiu.

A minha mala e a do portátil foram diligentemente colocadas na passadeira do Raio-X.

Preparo-me para levantar a mercadoria, do lado de dentro, quando se ouve a voz do agente da autoridade que tem por missão olhar para o ecrã do Raio-X. A senhora tem um canivete multiusos. Não era uma pergunta. Era uma afirmação. Estava errada, e corrigi-o prontamente. Não senhor, não tenho um canivete multiusos. Tenho 2 canivetes suíços (um tem tesoura e é pequenino, o outro é grandalhão e tem chave de fendas, e uma série de geringonças que já me safaram (e a terceiros) variadíssimas vezes).

Ficaram provisoriamente confiscados, e a minha identificação foi registada, numa folhita A4 (papel reciclado). Nome completo (com de e com e) e número do BI.

Pensei que estavam despachadas as formalidades e burocracias, mas não.

Mais à frente, teria de deixar um documento de identificação, com fotografia, sem ser o bilhete de identidade, que esse é pessoal e intransmissível. Ora, nestas coisas, costuma usar-se a carta de condução, que, como sabe quem presta mais atenção a este estaminé, ainda não está pronta.

Dilemas, dilemas, sei o que costumo fazer nestes casos, mas trata-se da Assembleia da República. Bom, que se lixe. Sorriram, quando lhes passei o meu cartão de sócia do Sport Lisboa e Benfica, o Glorioso.