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Jonasnuts

Jonasnuts

Pokemon Go

Jonasnuts, 16.07.16

don_t pokemon and drive.jpg

 

 

Já toda a gente ouviu falar do Pokemon Go.

 

Há 3 dias, comentei que, ainda a missa ia no adro e já eu estava farta da coisa.

 

Deixem-me dar contexto pessoal, para explicar.

 

Conheço os Pokemons há quase 20 anos. E quando digo "conheço" refiro-me ao facto de conhecer muito bem alguns jogadores. Há cerca de 10 anos o meu contacto tornou-se mais assíduo, porque...... filho. Não só, mas sobretudo. Ainda gastei uns trocos valentes, em jogos, porcarias de plástico que se lançavam e se abriam e depois ficavam ali paradas, e em pokedex e numa parafernália de inutilidades que foram lançadas para que os putos tentassem transferir a sensação do jogo para a vida real. 

 

Caramba, uma das festas de aniversário teve como temática a porra dos Pokemons (convites, bolo, pratos, guardanapos, decoração, essas cenas, em que as pessoas se metem).

 

Eram horas, passadas agarrado à porcaria da Nintendo, a caçar bicharada. As conversas, quando as havia cá por casa, andavam sempre à roda dos bichos, e das evoluções, e das pokebolas, e do pokedex e o raio que os parta que eu nunca pescava nada daquilo. Tenho, em casa, quem conheça todos os nomes dos bichos, das suas primeiras e segundas evoluções (quando as há), e de que tipo são, de pedra, de água, de fogo, venenosos e cenas do género.

 

Quando há umas semanas a coisa começou a ser falada, nos states, claro, percebi na hora que ia ser uma coisa em grande. Ainda não foi, mas vai ser.

 

A geração que nasceu nos anos 90, e respectivos pais, vai viajar na maionaise.

 

Isto apanha a miudagem que há quase 20 anos apanhou a febre Pokemon. Na altura miúdos e miúdas, agora recém-licenciados, com algum tempo em mãos, que podem, finalmente, realizar o sonho de andar à caça de Pokemons, irl.

 

Apanha também a miudagem que tem agora 16,17 e 18. Apanha os pais dessa miudagem, que, por obrigação paternal aprendeu tudo de cor, e que agora relembra a matéria dada.

 

É o primeiro fenómeno nostálgico a que esta geração é exposta, neste tempo em que tudo é rápido, volátil, descartável.

 

Apanha, por fim, aqueles e aquelas que, fartos de se sentirem excluídos das conversas, adoptam o mote "se não consegues combatê-los, junta-te a eles".

 

Não é necessariamente mau. Estou farta de ver gente a ridicularizar a coisa. Claro que há excessos, mas, a bem dizer, eu acho muito bom que a miudagem (e respectivos pais, onde isso se aplique) possa sair de casa. Sair da frente do computador. Andar. Conhecer as coisas à sua volta. Contactar com a natureza (há mais bichos junto de vegetação, água, etc.). Combate o sedentarismo e o isolamento.

 

Isto ainda agora começou, e não me cheira que seja uma coisa tamagochi, que dura um Verão e se reduz a meia dúzia de malucos. Estou convencida de que vai ser grande, e que veio para ficar e para durar, e que vai ser verdadeiramente global.

 

Na semana passada fomos jantar fora, eu fui de carro, eles foram a pé, para caçar Pokemons. Durante o jantar, fiquei o tempo todo calada, a reviver o passado em Brideshead, enquanto eles falavam dos bichos, e dos ginásios, e dos combates, e dos ataques. 

 

Regressei temporariamente a 2005, excluída. Não pretendo reviver a sensação.

 

Instalei a app e criei conta no dia 14, na véspera do lançamento oficial em Portugal. Prevejo um Verão cheio de passeios, o que só vem ajudar à minha dieta e à minha decisão de fazer mais exercício físico. 

 

Já tenho o meu Pikachu (não faço a menor ideia da sua utilidade, mas já o tenho).

 

pikachu.png

 

Gostava, por fim, de chamar a atenção para um tema grave, de que ninguém ainda falou. Portugal está assolado por uma praga nefasta de Zubats, e ainda não vi ninguém a tomar medidas para a combater. Essa é que é essa.

 

 

 

I Love you, Twitter

Jonasnuts, 16.07.16

I love you, Twitter .jpg

 

Na segunda-feira passada, a meio da tarde, o Pedro Esteves ligou-me. Disse-me que o Observador queria publicar algo, assinalando a 1ª década do Twitter, e perguntou-me se eu não gostaria de escrever um texto para assinalar a efeméride.

 

Gosto de escrever sobre coisas de que gosto, por isso aceitei o convite.

 

Combinámos datas. Ele queria publicar a coisa na sexta-feira. Eu disse que lhe enviava um texto entre quarta e quinta-feira. 

 

Escrevi o artigo como se escrevesse um post aqui no blog (que é como eu sei escrever), de rajada, e enviei-o, na quinta-feira à tarde. Era uma declaração de amor ao Twitter, ainda no rescaldo da vitória da selecção. 

 

À noite, aconteceu Nice. 

 

O artigo foi publicado. Reli-o. E no pós-Nice, pareceu-me estranho. Comentei com o Pedro que, se o post tivesse sido escrito 24 horas depois, já teria sido completamente diferente. Recebi como resposta "isso acontece-me com, literalmente, tudo o que escrevo".

 

Se tivesse escrito o artigo 24 horas mais tarde, teria sido algo mais parecido com isto (auto-link).

 

Houve quem, ontem à noite, inspirado pelo meu artigo, reactivasse a conta de Twitter, para ver em que paravam as modas. O Eduardo Maximino por exemplo. E de repente, acontece a Turquia. E, mais uma vez, o Twitter como fonte de informação foi imbatível (apesar da dificuldade com o turco, porra de língua, em que não se apanha uma). 

 

Foi divertido, novamente, apesar da tensão, que houve ali uma altura em que as coisas pareceram muito periclitantes. Enfim, nada de extraordinário, se comparado com Nice.

 

Mantenho a minha declaração de amor pelo Twitter. 

 

Para quem quiser ver o texto que escrevi na quinta-feira, está aqui. Tem um erro e duas omissões. Fica aqui a correcção. O tremor de terra que refiro ter acontecido em 2013, aconteceu de facto em 2009 (experimentem googlar tremor de terra de Lisboa, ou terramoto de Lisboa, para verem que resultados conseguem obter), não me lembrei do episódio do acidente de comboio de 2013 em Alfarelos (fui relembrada pelo KIT0) em que a Patrícia Lousinha viajava e nos foi dando conta de tudo, enquanto cunhava a célebre hashtag #DODASS, e a minha fotografia é da autoria do David Ramalho, e foi tirada no dia 11 de Novembro de 2011, à porta do Codebits. De resto, está tudo lá.