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Jonasnuts

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Boas notícias

Jonasnuts, 24.05.12

Em Junho de 2009, organizámos aqui, no sítio onde trabalho, uma acção de recolha de potenciais dadores de medula.

 

Esta coisa dos transplantes de medula é uma merda, porque encontrar um dador compatível é como encontrar uma agulha, em 10.000 palheiros.

 

Parece que este "palheiro" onde trabalho tinha brinde, e até hoje, que eu saiba, foram encontradas duas agulhas.

 

Há 2 anos soube da primeira agulha.

 

Ontem à noite soube de mais uma agulha. Mais uma pessoa que se registou naquele dia, e que me mandou um mail maravilhoso, e que pôde hoje ter o privilégio de salvar uma vida.

 

Não sei se já alguma vez salvei uma vida, ou ajudei (fui dadora de sangue durante muitos anos, e inscrevi-me como dadora de medula há uns anos valentes, mas nunca fui chamada), mas vontade não me falta.

 

Às vezes não é "só" doando que se pode ajudar. Se calhar, organizando estas acções de recolha, é outra forma de contribuir.

 

Fiquei com vontade de organizar mais uma sessão de recolha de dadores, aqui :)

 

Para os que trabalham comigo e lêem isto, preparem-se. Mais coisa menos coisa, vou dedicar um dia a passear pelas secretárias, a agarrar as pessoas e a levá-las à equipa que faz a selecção dos candidatos :)

 

Já que não me chamam para doar, contribuo de outras formas :)

Precários, inflexíveis, providências, cautelares

Jonasnuts, 23.05.12

Sempre que vejo as palavras "providência cautelar" e "blogs"  na mesma frase, os meus alarmes disparam. É raro, felizmente.

 

Sei, por experiência própria, o que é receber uma providência cautelar, no âmbito do que se escreveu, embora no caso dos Precários Inflexíveis não seja bem o caso, na medida em que a providência cautelar incide sobre o que foi escrito nos comentários do Blog, e não no Blog.

 

A história conta-se duma penada. Em Maio de 2011 (portanto, há mais de 1 ano), no Blog Precários Inflexíveis, foi escrito um post sobre uma empresa. Os comentários ao post sucederam-se. A empresa descobriu, não gostou do que leu, e intentou uma providência cautelar, para que os comentários fossem suspensos ou ocultados, e o tribunal deu razão ao queixoso.

 

Há aqui 2 questões importantes que eu aprendi à minha custa.

 

Porque é que o tribunal não mandou apagar os comentários? Porque se trata duma providência cautelar. O objectivo destas acções é, pura e simplesmente impedir a continuidade do dano. Garantir que até à conclusão da acção principal (já lá vamos) o dano não continua a ser cometido. Isto porque uma providência cautelar implica, obrigatoriamente, a existência duma acção principal, subsequente, em que o queixoso explica que leis é que acha que estão a ser violadas. É na sequência desta acção principal que, dependendo do resultado, os tais comentários são removidos (se o tribunal der razão ao queixoso), sendo também identificadas outras penas (multas, indemnizações, etc....), ou são de novo expostos (caso o tribunal, na sequência dessa acção principal venha a dar razão aos donos do Blog).

 

Outra questão importante é o direito ao bom nome. Eu estava convencida (e errada), de que o facto de eu dizer a verdade (que era o que acontecia nos posts da minha novela) me protegia contra processos por difamação. Se é verdade, não é difamação, certo? Errado. Pode ser verdade e, em simultâneo, difamatório. É algo que continuo a achar muito estranho, mas a verdade é que é o que a lei diz.

 

Outra questão que, não sendo importante, é interessante, é saber contra quem vai ser interposta a acção principal. Ao dono do Blog? Ou aos autores dos comentários que agora mandaram suspender? Porque, o autor do Blog não pode ser responsabilizado pelo que é escrito por terceiros. Pode suspender? Pode sim senhor, tecnicamente falando. Se o tribunal mandou suspender, na minha opinião, deve suspender (não sei se tem essa possibilidade técnica, mas pode apagá-los), mas apenas porque o pode fazer, e porque os comentários estão feitos num site de que é gestor e porque o tribunal mandou.

 

Mas pode ser responsabilizado? Não. A tal da empresa agora, na obrigação de dar andamento a uma acção principal (está obrigada, por via da providência cautelar), tem de pôr um processo a cada um dos autores dos comentários considerados difamatórios, pois são esses autores os responsáveis pelo que lá está escrito, e não o autor do Blog. O autor do Blog só pode ser responsabilizado por aquilo que escreveu, não por aquilo que escreveram terceiros.

 

Mas, e eu não sou jurista, nem andei em direito, nem percebo nada do assunto a não ser aquilo que aprendi e estudei a título pessoa (a necessidade aguça o engenho), a acção principal não tem de ser contra a mesma pessoa contra quem foi interposta a providência cautelar? Não sei (mas cheira-me que vou saber).

 

Este tema é tão interessante que, para além de me manter atenta, vou publicar aqui a sentença da providência cautelar (assim que saiba se é pública ou não), para memória futura.

 

Boa sorte para o autor (ou autores) do Blog. Independentemente do resultado, sei que não é fácil estar no lugar deles. Nem fácil nem barato.

Prazos modernos

Jonasnuts, 22.05.12

Este post é só uma constatação. Uma conclusão a que cheguei, não só de âmbito profissional mas também de âmbito pessoal e social.

 

Para mim, um prazo, é uma data, ou uma hora. Por vago que seja (por semana, mês, trimestre ou semestre), há sempre uma data associada. Se uma coisa está prevista para o 2º semestre, há-de ser ali entre 01/07 e 31/12. É uma data. Vaga. Mas é.

 

No entanto, nos dias que correm, deparo-me com frequência com prazos alternativos. E encanita-me porque, um prazo sem data, não é um prazo, é uma intenção, e mesmo isso, nem sempre. E, como sabemos, de boas intenções está o inferno cheio.

 

Portanto, para futura referência e conhecimento de pessoas mais jovens que por aqui possam passar, desenganem-se, se acham que um prazo é uma data. Nem sempre. Aliás, quase nunca.

 

Um prazo pode vir travestido de pseudo sinónimos, tais como; brevemente, asap, rapidamente, por estes dias, futuramente, em processamento, daqui a uns dias, em agendamento, num futuro próximo, assim que possível, assim que consigamos, está a ser tratado, estou em cima disso, mal arranje um bocadinho. E estes são apenas os que me ocorrem de rajada.

 

Deve ser isto a crise de meia idade, achar que sou de outra criação, ou que sou da velha guarda.

 

Para mim, um prazo, é uma data.

 

E não me venham com merdas de pseudo sinónimos, que a gramática nunca foi o meu forte.

 

 

UPDATE: Mais um pseudo sinónimo, contribuição do Macaco, "só sei quando estiver feito".