Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Jonasnuts

Jonasnuts

Comissões, inquéritos e demais palhaçadas

Jonasnuts, 19.05.10

Já não há paciência para as comissões da assembleia da república. Ó senhores, já toda a gente percebeu o que é que vocês todos querem, e o que é que vocês todos acham.

 

E se dizem que precisam de mais esclarecimentos, é porque são muito burros, porque qualquer pessoa mais atenta já está mais do que esclarecida.

 

Ainda se a AR TV tivesse publicidade, percebia-se, que aquilo deve ser bom para as audiências, mas como não tem, aquelas transmissões são um mero exercício de esgrima política, mal disfarçadas de procura pela verdade. Esgrima de má qualidade, já agora, que muita daquela gente nem falar sabe.

 

Pá....acabem com isso. Os senhores do PSD, se acham que o Sócrates mentiu e que não tem condições, aproveitem a boleia da moção de censura do PC, e ponham-no fora. Não me andem é a dizer que a bem do país se vão abster, e depois andam a fazer a merda que fazem, nas comissões de inquérito.

 

E os restantes senhores, a mesma coisa, mas pelo amor de deus, calem-se, que já ninguém vos pode ouvir, a não ser vós próprios.

 

Começo a querer que isto passe a ser Espanha, para vir de lá o outro mandar-vos calar.

Aulas, conferências, colóquios, palestras e afins

Jonasnuts, 19.05.10

Sou, com alguma frequência, convidada para falar ou conversar em conferências, colóquios, palestras, tertúlias e demais eventos em que o objectivo é partilhar o que sei e o que aprendi, e as dúvidas, e as perguntas.

 

Gosto de o fazer, e quanto mais jovem for a audiência, melhor. As audiências mais jovens são as que nos colocam perguntas mais interessantes.

 

Gosto de ir preparada. Mesmo que seja quase sempre sobre o mesmo tema, eu não digo a mesma coisa, da mesma maneira a 2 audiências diferentes. Gosto de saber as idades, os cursos, as expectativas, as skills. Uma abordagem para uma audiência de 15 anos é muito diferente da abordagem para uma audiência de 20 anos. 5 anos apenas, e a diferença é abissal.

 

Funciono melhor em ambientes informais, em que quem fala está próximo do público, porque gosto de ser interrompida e interpelada. Aquela coisa do palco cria demasiada distância, mas é a situação mais frequente. Gosto das aulas, porque me sento em cima da secretária do professor, o que dá logo um mote descontraído.

 

Tento levar sempre uma apresentação que ilustre o que vou dizer, uma keynote quase sem texto, que do texto trato eu, sempre de improviso. Não leio notas, nem papéis, a não ser que precise de fazer uma citação (o que é raro).

 

Estranho SEMPRE que, quem convida, não queira saber mais sobre o que vou fazer. Normalmente pedem-me o título, a duração, as minhas funções e está a andar. Apresentam-me sempre como Dra, mesmo que eu diga que não.Podem não me conhecer de lado nenhum, mas esperam que a coisa corra bem.

 

Isto tudo a propósito de um sítio onde fui falar ontem, de repente, porque alguém tinha faltado e chegaram a mim. Uma audiência jovem, um painel de 4 pessoas. Um palco. Uma mesa com um arranjo de flores a meio. Microfones. Tudo muito engravatado e composto (quem é que vai de gravata, falar para uma audiência de malta nova?).

 

Eu era a última a falar. A primeira apresentação correu bem, a pessoa em causa ia bem preparada, o tema era apelativo para o target e o orador soube adaptar o discurso à audiência. O segundo participante também tinha sido sacado em cima da hora, não sabia muito bem o que é que iria dizer, e, limitou-se a dizer umas coisitas genéricas, sem grande interesse, mas ditas com muito boa onda. Foi breve. Correu bem.

 

E agora o busílis. O terceiro interveniente. Power point só com texto. Uma intervenção que durou quase uma hora. Uma hora passada a ler os papéis que tinha levado. Um tema que não tinha pés nem cabeça nem interesse para aquela audiência. Resultado? Quando finalmente terminou, a ovação da assistência foi épica e prolongada.

 

Eu sabia que não podia ser pior. Mas também sabia que estava tudo morto para sair dali para fora. Ninguém tem cabeça para ouvir falar seja do que for, depois de uma hora a levar uma seca. Optei pelo curto e grosso, sabendo à partida que 90% do que eu diria ia entrar a 100 e sair a 200. Queriam sair dali, e eu também.

 

Claro que não houve perguntas, nem o ambiente propiciava essa interacção entre quem estava do lado de cá e quem estava do lado de lá.

 

Porque é que quem organiza estas coisas, não se preocupa com a qualidade das intervenções? Ficam muito satisfeitos por poderem dizer que têm um senhor da RTP, uma senhora do SAPO, um senhor não sei mais de onde e pronto. Não lhes interessa se sabem falar, se sabem comunicar, se os temas são interessantes para quem está a ouvir.

 

Isso, e os palestrantes levam-se demasiado a sério. Acham sempre que vão transmitir qualquer coisa e mostram-se pouco disponíveis para receber.

 

Se eu estivesse do lado de lá, tinha saído 5 minutos depois daquele senhor ter começado a falar. Eles não podiam. E eu também não. Mas não me faltou vontade.

Hoje é dia de festa

Jonasnuts, 18.05.10

18052010256.jpg
Uso estes ténis (sapatilhas, se estão mais a norte) muitas vezes. São uns dos meus favoritos, sobretudo porque não há cá, à venda.

 

Muitas vezes perguntam-me se são os meus ténis gay. Respondo que não, são os meus ténis coloridos (uns deles, vá).

 

Mas, por um dia, e hoje para celebrar a promulgação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, por um dia, dizia eu, estes são os meus ténis gay!

 

Fónix, que estava difícil.

 

Próximo passo, a adopção.

Os gravadores e o Público

Jonasnuts, 16.05.10

O que é que tem a ver uma coisa com a outra? Aparentemente nada, mas na minha cabeça, tudo.

 

No caso dos gravadores há um deputado que, claramente, comete um erro. Perdeu a cabeça, meteu os gravadores ao bolso e bazou.

 

No caso do Público a dar como facto que o adepto do Benfica tinha morrido, publicando a notícia (ouvida num fórum da Benfica TV), sem antes a confirmar, também é um erro.

 

Nenhum destes erros me chateia. Se os erros me chateassem eu só lidava com máquinas. Errar é humano.

 

Estou mais interessada na resposta ao erro. E, nos dois casos, a resposta foi errada.

 

Se o deputado Ricardo Rodrigues, ao cair em si, tivesse pegado no telefone e ligado para os jornalistas, reconhecendo o erro, devolvendo os gravadores e pedindo desculpa, a coisa, na minha perspectiva, tinha-se resolvido e tinha ficado por ali. Não. Persistiu no erro.  Neste momento, já não tem volta a dar.

 

No caso do Público, a mesma coisa. Se tivessem assumido o erro, relatado a verdade dos factos e pedido desculpas pelo erro, a coisa tinha passado, porque, reconhecerem o erro era sinal de que estariam mais atentos no futuro. Não, tentam deitar as culpas para cima da Benfica TV, como os putos dizem à mãe, que não fui eu, foi o cão. Neste momento, já não têm volta a dar.

 

Se os erros me chateassem, eu só lidava com máquinas, já o disse ali em cima. A forma como as pessoas lidam com os erros que cometem é que me esclarece, mais do que os erros cometidos.

 

Nestes dois casos, fiquei plenamente esclarecida.

Pois Canté!!

Jonasnuts, 14.05.10

Estou a ouvir. Lembro-me das letras todas. 

 

Deliro :)

 

E acho que esta crise pode ser uma oportunidade para a música de intervenção.

Substituam umas palavras mais datadas por outras mais actualizadas e regressa tudo de novo.

 

Pois Canté!!

Enquanto anda lá no céu a cotovia

Ando a trabalhar o pão de cada dia

Para encher a pança a essa burguesia

Sempre a trabalhar

P'ro patrão gozar

Isto inté qu'há-de mudar um dia

(Pois Canté!)

 

Os políticos burgueses à porfia

Só nos sabem receitar democracia

Mas o povo é que é levado na tosquia

O senhor ministro

Tem a culpa disto

Isto inté qu'há-de mudar um dia

(Pois Canté!)

 

Tanta propaganda na telefonia

A falar na grande crise da energia

Com tanto desemprego, quem diria!

Fala o aldrabão

E ri-se o patrão

Isto inté qu'há-de mudar um dia

(Pois Canté!)

 

Quando a máquina do lucro se atrofia

A reparação é sempre a carestia

E o povo é que lhes paga a avaria

Mas o Capital

Fica sempre igual

Isto inté qu'há-de mudar um dia

(Pois Canté!)

 

Com golpaças e manobras, dia a dia

Bem nos tenta enrolar a burguesia

Eles são todos da mesma confraria

Irmãos explorados

Todos lado a lado

Isto inté qu'há-de mudar um dia

(Pois Canté!)

 

 

Desculpem lá:

 

"Quando a máquina do lucro se atrofia

A reparação é sempre a carestia

E o povo é que lhes paga a avaria

Mas o Capital

Fica sempre igual"

 

Em que é que isto não é verdade, hoje, a esta hora?

 

GAC! Regressa.

 

E as meninas e meninos que gostam de fazer covers de homenagem, NEM PENSEM NISSO.

 

E nos tops nacionais, saíam os abrunhosas e os cogumelos ou azeitonas ou lá como é que eles se chamam, e voltava o Zé Mário Branco, e o Sérgio Godinho, e revisitávamos o Zeca, e o Fausto, e o Vitorino pré-boleros, e a Maria do Amparo (sempre adorei a Maria do Amparo), e o Zé Barata Moura sem ser para nos mandar comer a papa, e mais uma catrefada deles.

 

Isso é que era!