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Jonasnuts

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Controversa Maresia

Jonasnuts, 13.11.08

É assim que eu conheço as pessoas, pelo título do Blog. Quando falamos sobre o dono de um Blog, no SAPO, tratamo-lo pelo nome do Blog, é a Controversa Maresia, é a Mãe-Galinha, é o Pedro Corta Fitas, a João Womenage, o Rodrigo 31. O Pedro Rolo Duarte facilita-nos o trabalho.

 

Mesmo quando conheço o nome das pessoas, o facto de as ter conhecido, muitas delas, pelo menos, através dos seus Blogs, baptizou-as na minha cabeça. Não é depreciativo, é familiar.

 

Isto tudo para falar da Controversa Maresia. "Conheci-a" pouco tempo depois dela começar a blogar, no Blogspot. Marquei-a logo no meu leitor de feeds de rss. E li-a, sempre. Pouco tempo depois criei no SAPO um Controversa Maresia no SAPO. Eu faço muito isso, é uma espécie de declaração de amor, ou de intenções. Mas não disse nada, só continuei a ler. Eu não assedio as pessoas. Se encontro um post a refilar com o Blogspot, meto conversa, mas se não vem esse post, eu fico quietinha, e leio.

 

Um dia, mais precisamente na madrugada do último dia de 2007, li um post que podia ter sido escrito por mim, se eu tivesse jeito para escrever. E fez-se um plim, um tchan, enfim, arranjem a onomatopeia que melhor vos servir. E sem pensar, assim de rajada, escrevi um mail que nem me passou pela cabeça, foi directo do coração para os dedos. Cliquei em "send" e arrependi-me logo. Da mesma forma que passei anos a escassos centímetros do Trovante sem NUNCA ter metido conversa, mantendo a distância, tinha, com a Controversa Maresia, feito desaparecer esses centímetros, assim, com um "send".

 

Foi um medo que me ficou do Alexandre O'Neill, quando este me deu uma nega tremenda, tinha eu 9 ou 10 anos, e lhe fui pedir um autógrafo. Não gosto de me aproximar das pessoas que admiro e respeito. Não tanto por causa de uma potencial nega, mas porque essa potencial nega me estraga o personagem. O O'Neill, provavelmente por eu ser muito novinha na  altura, estragou-me a poesia para o resto da vida. E eu gostava tanto de poesia quando era criança. Hoje, tenho uma relação difícil com a poesia, qualquer poesia. E nunca mais fui à Tasca do João.

 

Mas a Controversa Maresia desfez-me rapidamente os anseios e respondeu supersonicamente, ainda na madrugada desse último dia de 2007. Foi um fim de ano especial, também por causa disso. E um começo de 2008 muito auspicioso.

 

Volta não volta penso em escrever este post, por causa do que por lá leio. Sejam as constatações da pirosice da miudagem, sejam os coices que vai elegantemente distribuindo sobre temas que conhece, seja a alegria pueril com que se inicia no Facebook, seja nos links que nos manda seguir.

 

Foi hoje, e foi o link.

 

Blogs na Católica

Jonasnuts, 11.11.08

A organização chama-lhe um encontro de blogues. Eu chamo-lhe um debate sobre Blogs. Mas, como dizia o outro, não interessa o nome, o que importa é que cheira ao mesmo.

 

É na Católica, Sexta-feira e Sábado. Vai ser uma Sexta-Feira interessante, para mim, já que em simultâneo estará a acontecer o Codebits.

 

Seja como for, fui convidada para participar no debate, mais exactamente no primeiro painel, com um tema que me é caro, e que estou farta de referir aqui, a diversidade da Blogosfera. Conto levar uma apresentação com alguns dados interessantes, que depois posso publicar aqui.

 

Quem estiver interessado pode obter mais informações aqui (sim, eu sei que é no Blogspot, mas pronto, foi o que se arranjou).

 

 

À Ministra da Educação

Jonasnuts, 10.11.08

(Ando um bocadinho armada em Blog postal, com tanta carta aberta, mas é uma questão de estilo).

 

Cara Senhora Ministra da Educação,

 

Tenho acompanhado com interesse todo o processo problemático de avaliação dos professores que tem neste momento em mãos. E tenho-o feito porque, conceptualmente, concordo consigo, é necessário que os professores sejam avaliados, para se premiarem os melhores, e para se ajudar os piores a evoluírem no bom sentido (seja a melhorar as competências seja a mudar de profissão).

 

Para quem está de fora, o processo não é pacífico de entender. Dos soundbites do fim-de-semana o que fica das suas declarações e das declarações do Sr. Primeiro Ministro, é que estão disponíveis para o diálogo (o que é uma coisa boa), e que não há retrocesso. Mas, depois de ir além dos soundbites, fui ver que se calhar não é bem assim, pelo menos na parte do diálogo.

 

Eu não estou do lado de ninguém, ainda. Porque não tenho informação e os conhecimentos necessários para poder tomar partido. Em última análise estou do lado do meu filho, que é estudante. Assim, e porque já fiz um pedido aos representantes dos professores, faço-lhe alguns a si também:

 

1 - No site do Ministério, não catalogue o tema sob a categoria de "Professores". Esta é uma questão que interessa a todos, e uma vez que está tão disponível para o diálogo, inclua nesse diálogo os outros agentes da educação, nomeadamente os pais e os alunos. Vi-me e desejei-me para encontrar informação dirigida a mim. O que me leva à segunda sugestão.

 

2 - Traduza para linguagem de pessoas normais o modelo de avaliação que propõe. Se possível com meia dúzia de exemplos práticos. Uma pessoa que esteja fora do sistema não sabe o que é um professor titular, nem uma direcção executiva, nem serviço não lectivo. Uma espécie de "A proposta do Governo for dummies".

 

3 - Não use a comunicação social (a comunicação social também devia receber uma cartinha minha, já agora) para deturpar a realidade. Bem sei, os soundbites são o que fica e ecoa, mas quem tentar aprofundar um bocadinho a questão, nomeadamente se começar a ler alguns Blogs, ou se tentar decifrar a sua proposta de avaliação, vê que afinal, diálogo e disponibilidade para acordo não são traços da sua actuação mais recente.

 

Porque este é um tema que interessa a todos (ou devia interessar), era importante que fosse comunicado numa linguagem que todos percebam. Eu percebi a parte em que manifestou a disponibilidade para o diálogo, mas, depois de bem espremidinho, não sobrou mais nada que isso e mesmo isso, vai-se a ver melhor, e não é bem assim.

 

Porque, a continuar o actual percurso das coisas, tudo isto passa como um jogo de forças entre o Ministério e os Professores, perdendo-se o foco naqueles que deveriam ser o objectivo primordial do seu trabalho, os alunos.

Cara Miramax

Jonasnuts, 09.11.08

Sabendo à partida que nunca lerão isto, mas não querendo deixar passar em branco esta questão, informo desde já que a ideia de revisitar Brideshead Revisited é palerma.

 

Brideshead Revisited sem Jeremy Irons não é nem Brideshead nem Revisited.

 

Comprem o DVD da série. Pronto.

Aos sindicatos dos professores

Jonasnuts, 09.11.08

Caros senhores representantes dos professores,

 

Como cidadã comum, devo informar-vos que tenho acompanhado a vossa luta e os vossos esforços, no sentido de se fazerem ouvir pelos senhores do Governo.

 

Ainda como cidadã comum, devo dizer-vos que a mensagem que têm passado, não corresponde, creio, à realidade.

 

Depois de ouvir as notícias, durante o dia de ontem, a ideia que fica é que os professores não querem ser avaliados e não querem dialogar. Ficou também a ideia de que o governo está aberto ao diálogo e à cooperação.

 

 

Já me disseram aqui no Blog que não é bem assim, que os professores não concordam com o modelo proposto pelo Governo, mas que não estão contra o facto de virem a ser avaliados. É o modelo e o processo que estão errados, não o conceito de avaliação.

 

Os senhores estão, portanto, a fazer chegar a mensagem errada aos cidadãos que, como eu, são comuns. Pode ser que seja uma mensagem compreendida pelos professores, mas as pessoas vulgares, como eu, não sabem disso.

 

Saberão também que, por mais autocarros que tragam para Lisboa e para o Terreiro do Paço, se não tiverem o apoio ou a compreensão, daqueles que são, como eu, pessoas comuns, a vossa posição, por mais correcta que esteja, fica fragilizada.

 

Bem sei que têm alguma experiência em propaganda política, pelo menos daquela que se fazia há uns anos, mas hoje, é preciso mais. Hoje existem consultores de comunicação que podem dar uma ajuda preciosa, para que a mensagem que querem passar seja, efectivamente, a que passa (e não é isso que está a acontecer). Assim de repente, ocorre-me este exemplo.

 

Assim de repente, a mim, cidadã comum, ocorrem-me 3 ou 4 coisas que poderiam ser feitas (e se calhar já estão feitas, mas eu não as encontro).

 

1 - Traduzir para linguagem de pessoas normais a proposta de avaliação do governo.

2 - Responder uma a uma às FAQ disponibilizadas no site do Ministério da Educação.

3 - Dar visibilidade à vossa proposta alternativa, que ainda não consegui encontrar em sítio nenhum (traduzida para linguagem de pessoas normais).

4 - Em circunstância alguma deixarem que os noticiários das televisões abram com declarações bombásticas do tipo "Não estamos disponíveis para o diálogo, não há qualquer possibilidade de acordo". Até pode ser verdade, mas é o tipo de coisa que assim, a abrir um telejornal, não cai bem.

 

Porque, a continuar o actual percurso das coisas, tudo isto passa como uma birra dos professores, que não querem ser avaliados.  E isso não serve a vossa (nossa) causa.