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Jonasnuts

Jonasnuts

Coisas realmente importantes

Jonasnuts, 23.10.08

 

Este é o meu novo despertador. O antigo deu o berro há uns tempos, e era um daqueles xpto, que aumentam gradualmente a intensidade da luz de manhã, para um acordar mais suave, até ao auge em que desatava a apitar por tudo quanto é lado e lá se acabava a calma (sinónimo, eu finalmente acordava, que o aumento de intensidade da luz nunca fez grande efeito e eu posso estar a levar com o sol na tromba, que me mantenho calmamente a dormir).

 

Frustrou-se o antigo despertador que chateado de tanta graduação luminosa sem qualquer efeito, de repente começou a achar que a meio da noite é que era bom para a apitar e fez-me destas por duas vezes, até eu lhe ter cortado o pio, desligando-lhe a alimentação. Que é como tem estado há uns tempos valentes, tendo eu de me socorrer do telemóvel para efeitos de acordadela.

 

Andava à procura e hoje, sem querer, encontrei-o. É relógio, rádio, calendário e tem a forma perfeita. Vou acordar ao som dos suspiros cavernosos desse ícone da ficção científica, Darth Vader. Acende o sabre de luz, acende umas luzes por baixo da base, e suspira alto que se farta.

 

Está tudo cheio de inveja, cá em casa. Mais uns tempos e presumo que hei-de ver os Darth Vader a proliferarem pelas mesas de cabeceira desta casa.

Prazo de validade

Jonasnuts, 23.10.08

Há uns dias encontrei um antigo colega. Trabalhou comigo no SAPO, há cerca de 8 anos, e depois saiu. A meio da troca de galhardetes da praxe ele sai-se com um bombástico:

-Então e tu? Onde é que estás? Claro que já não estás no SAPO, certo?

 

E eu sorri e confirmei o impossível. Ainda estou no SAPO.

 

Ultrapassei rapidamente a expressão de espanto e estupefacção que me devolveu, continuámos com a conversa óbvia e previsível até ao fim e despedimo-nos.

 

Mas fiquei a pensar.

 

Antigamente, os nossos pais e, sobretudo, os nossos avós, tinham um emprego para a vida. E os que não tinham sonhavam ter.

 

Hoje as coisas estão, felizmente, um pouco diferentes, pelo menos na área onde me movimento, apesar de não haver muitas alternativas de jeito.

 

Mas, quando é que uma relação colaborador/entidade patronal chega ao fim do seu prazo de validade?

 

Como é que se identifica o momento em que se deve começar a pensar em mudar de ares? Quando as pessoas recorrem à nossa memória para identificar a origem de um projecto? Quando temos um arquivo de fotos melhor e mais rico (e mais divertido, já agora) dos colaboradores da empresa?

Quando sentimos que nos habituámos à empresa e esta se habituou a nós?

 

Quando?