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Jonasnuts

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Referências de uma geração

Jonasnuts, 02.12.07
Sou a pessoa mais velha da minha equipa. Tenho, em relação ao mais novo, mais de 15 anos de diferença. Mas como essa diferença nunca foi um óbice, pelo contrário, é uma vantagem, às vezes não me apercebo desse gap.

As minhas referências não são as referências deles. Aquilo que me marcou, não os marcou a eles, e vice versa.

Na Sexta-feira cheguei ao pé deles, toda contente, porque tinham acabado de me dizer que uma pessoa que foi uma referência para mim, tinha interesse em fazer um Blog, e que aguardava o meu contacto.

Cheguei, com um sorriso, e afirmei: vocês não vão acreditar quem é que é capaz de começar um Blog no SAPO. Normalmente estas coisas são bombásticas. O Pedro ainda não se refez completamente da surpresa Pedro Rolo Duarte, e eu própria ainda não estou completamente refeita do Maradona. Ficou tudo a olhar para mim, na expectativa. Larguei a bomba e disse o nome da pessoa em causa. Olhei, curiosa, para as expressões deles, e em vez de alegria (ou mesmo incredulidade) vi, em todos, sem excepção, um "mas quem raio é a pessoa de que ela fala"?

NINGUÉM conhecia. Referi os sítios onde a "referência" tinha trabalhado. Nada. Aqueles caramelos não conheciam um jornal de referência, o primeiro jornal que comprei religiosamente todas as semanas. Live Aid. Live Eight? Não porra, o original. Ah, o DVD do Live Aid, não caraças, o Live Aid, em directo, a emissão em directo. Ah, mas tu viste o Live Aid em directo? (tipo, és assim tão velha?).

Desisti. Fui-me embora.
Resignei-me a ser a única contente da equipa, porque se tudo correr bem, vem aí uma referência, inteirinha só para mim :)

Greves e sindicatos

Jonasnuts, 02.12.07
Antes de mais um disclaimer, reconheço a greve como um instrumento de luta dos trabalhadores (antigamente proletariado ou assalariados) face à arrogância e às vezes intransigência dos patrões (antigamente eram os fascistas, ou a burguesia).

Por um lado, a greve deu-me imenso jeito. De manhã, não havia trânsito absolutamente nenhum. Cheguei à escola do puto em três tempos, sem stress.

Por outro lado, em dia de greve da função pública, o número de acessos aos Blogs, aliás, a actividade em geral, online, decai imenso. Para os objectivos de 2007, não deu muito jeito.

Mas o que me chateia, nas greves, é a forma oportunista como são marcadas. As greves valem pelo incómodo que causam, e pela batalha dos números, no dia seguinte. O incómodo não chateia muito os senhores que mandam. Mas a batalha do dia seguinte é importante. Por isso, os senhores dos sindicatos, marcam as greves para os dias em que acham que vão ter mais adesão.

O problema é que este sistema, valendo-lhes mais uns trunfos na guerra do dia seguinte, desvaloriza e desprestigia as pessoas que dizem representar.

Quem faz greve convictamente, e faria independentemente do dia da semana, vê o seu esforço e investimento desvalorizados, uma vez que estão misturados com a corja de oportunistas que apenas fazem greve porque lhes sabe bem (e podem pagar) um dia de férias.

Não sei quantos são uns, e quantos são os outros, mas para mim, a verdadeira batalha dos números deveria ser esta. Distinguir os verdadeiros profissionais dos que estão lá porque é "seguro" e fazem o mínimo possível. Uma vez apurados os números, despediam-se os segundos, e estava o problema resolvido, porque sobrava dinheiro do pagamento dos que andam a arrastar o cu pelas paredes, e já dava para pagar mais justamente aos que importam.